(clean version)
Era sábado de madrugada. Ela sentia alguma coisa estranha. Sabia que algo se passava mas não queria pensar muito, não queria descobrir o que era.
Levantou, foi até a cozinha beber água. Não tinha sede, mas beber água era uma desculpa pra sair da cama e decidir o que fazer a seguir. A idéia era ocupar os neurônios com algo fútil, não pensar.
Foi até a varanda. Estava frio, mas isso não a impediu de acender um cigarro. O frio, que era tanto, não foi capaz de congelar os pensamentos. Era apenas frio, o que a obrigou a terminar aquele cigarro o mais rápido possível.
Voltou ao clima agradável da casa, sentou em frente ao computador e quis escrever. Ainda estava gelada. Sete minutos na varanda tinham sido suficientes para lhe gelar a pele, a carne, os nervos, o sangue, os ossos, mas não a droga do pensamento. Ainda sentia muito frio. Era culpa da falta de roupa, pensou, afinal estava apenas de meias, calcinha e blusa. Queria que tudo fosse quente, tudo a não ser os pensamentos que a mantinham acordada. Esses sim poderiam congelar, mas esses, nela, nunca congelavam. Estavam, quase sempre, em ebulição.
Olhou para a tela do computador. O que iria fazer? Iria fazer alguma coisa? Talvez voltar pra cama. Queria escrever, precisava escrever, deixar sair palavras, palavras atrás de palavras, mesmo que sem nexo algum.
Estava com frio, ainda com muito frio, mas resolveu tirar as meias. Colocou os pés descalços no chão gelado. Queria que o frio dos azulejos fosse tanto a ponto de se convencer que era melhor voltar ao edredon quentinho e dormir. O imenso frio da varanda não foi suficiente, e, como era de se esperar, o frio do chão também não. Tirou a camiseta.
Precisava escrever mas não sabia o quê. Tinha tantas, tantas coisas para escrever, mas não conseguia escrever nada. E não era por causa da falta de sono, não era pelo frio que sentia, não era pelo chão gelado nos pés, não era pelo corpo despido.
Desligou o computador e resolveu voltar para o quarto.
Sábado de madrugada. Gente nos bares, nas boates, nas ruas. Risos, álcool, danças, sexo. E ela ali, sentindo o cheiro do próprio travesseiro, desejando que aquele cheiro fosse outro. Um cheiro que ela não sabia descrever e nem sequer sabia se existia.
Era ridículo. Mas ela não se sentia ridícula. Não conseguira escrever nada, mas se sentiu bem somente pelo fato de estar aquecida. Os pensamentos em ebulição, evaporando...
Não sorriu, não chorou, apenas se abraçou mais um pouco, apertou o travesseiro cheiroso, agora sem frio.
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segunda-feira, 2 de maio de 2011
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
Morte

O ponto final sempre chega. A morte é infalível. As pessoas morrem. Ponto. Parágrafo.
Não que a gente se lembre disso sempre. Eu acho na verdade que fazemos questão de esquecer. Quando morre uma Dercy Gonçalves da vida, símbolo de longevidade, me pego matutando ali por uns cinco minutos (com direito a toda aquela sensação de garganta entalada e frio na espinha característicos do excesso de consciência), imagino como será quando eu morrer e como as pessoas que convivem comigo irão levar a vida sem mim. Eis que cai a minha ficha... tudo há de correr perfeitamente sem a minha presença, a normalidade deve se restabelecer alguns dias depois do primeiro verme beliscar minha carne podre. Mas, felizmente, esses devaneios tolos passam depressa. Santo computador, internet, facebook, música... ah, maravilha, salva da lucidez por mais algum tempo. Mas ela volta.
Às vezes é confortável pensar na morte como a visita de uma caveira mal-encarada, portando uma foice, sedenta por almas, talvez com alguma compaixão, além de certa repulsa pelo trabalho monótono, eterno. Pensemos bem, sua situação não é muito melhor que a nossa. Apesar de ser imbatível e eterna, a morte é para sempre morte.
Se nossa vida na Terra existe para forjar algum sentido, alguma filosofia, algumas igrejas, a pobre coitada da morte tem a certeza de caminhar rumo algum para a existência. E sabe desde sempre. Não deve ser fácil não fazer nenhum sentido eternamente.
O ser humano é um fanfarrão, e é um ingênuo. Convencido de sua própria grandeza, acredita ser a obra-prima da Criação. Foge covardemente da sua angústia, driblando sua condição miserável e impotente, vivendo como o protagonista de um espetáculo particular sem roteiro muito definido. No fundo somos todos imortais, pelo menos enquanto não paramos de respirar.
Ou até que nos visite a caveira entediada, batendo ponto no serviço.
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
O surto
Sabe que eu cansei? Cansei de não-reclamar.
Hoje eu tava pensando naquela louca da Colheita Feliz eu-sou-portadora-de-esquizofrenia, na doida me-dá-meu-chip-Pedro, no povo desses reality shows que choram e gritam por uma vírgula, enfim, em todas essas pessoas que surtaram em momentos banais, embora eu acredite que o escândalo todo nunca seja por algo banal.
Acredito que seja só a gota d'agua, aquele momento de dizer "não importa que é o culpado, eu quero que todo mundo vá a merda".
O problema é que a maioria das pessoas não sabe que antes de surtar, aquela pessoa aguentou um monte. Não interessa o quê. Foi chifrado, perdeu uma promoção no trabalho só porque o chefe escolheu um amigo, bateu o carro, a casa inundou, está longe das pessoas que ama, o cara que gosta vai se casar, a mãe morreu, WHATEVER!
O momento do surto pode ser qualquer um. Você andando na rua, puto da vida por algum problema, e uma pessoa te esbarra. Pronto, no segundo depois você está no chão aos tapas com uma pessoa qualquer que não tem nada a ver com a sua vida. Você entra em uma lanchonete, o lanche veio errado? Pega o hamburger, esfrega na cara do atendente e diz "EU QUERO O MEU DINHEIRO" e pronto.
Alívio.
Você, que aguentou aquele monte de merda, mas um sanduíche errado você não pode aguentar. A briga não é nem pelo sanduíche em si, que se dane o dinheiro perdido. Simplesmente era a hora de dizer chega. Quando você se entope de raiva e energia e seu único objetivo é fuder todo mundo. Quando você é oficialmente tido como louco. A escória da sociedade.
Tô quase lá.
Hoje eu tava pensando naquela louca da Colheita Feliz eu-sou-portadora-de-esquizofrenia, na doida me-dá-meu-chip-Pedro, no povo desses reality shows que choram e gritam por uma vírgula, enfim, em todas essas pessoas que surtaram em momentos banais, embora eu acredite que o escândalo todo nunca seja por algo banal.
Acredito que seja só a gota d'agua, aquele momento de dizer "não importa que é o culpado, eu quero que todo mundo vá a merda".
O problema é que a maioria das pessoas não sabe que antes de surtar, aquela pessoa aguentou um monte. Não interessa o quê. Foi chifrado, perdeu uma promoção no trabalho só porque o chefe escolheu um amigo, bateu o carro, a casa inundou, está longe das pessoas que ama, o cara que gosta vai se casar, a mãe morreu, WHATEVER!
O momento do surto pode ser qualquer um. Você andando na rua, puto da vida por algum problema, e uma pessoa te esbarra. Pronto, no segundo depois você está no chão aos tapas com uma pessoa qualquer que não tem nada a ver com a sua vida. Você entra em uma lanchonete, o lanche veio errado? Pega o hamburger, esfrega na cara do atendente e diz "EU QUERO O MEU DINHEIRO" e pronto.
Alívio.
Você, que aguentou aquele monte de merda, mas um sanduíche errado você não pode aguentar. A briga não é nem pelo sanduíche em si, que se dane o dinheiro perdido. Simplesmente era a hora de dizer chega. Quando você se entope de raiva e energia e seu único objetivo é fuder todo mundo. Quando você é oficialmente tido como louco. A escória da sociedade.
Tô quase lá.
terça-feira, 31 de agosto de 2010
Simples assim!
Será que os políticos realmente acreditam que essa poluição audiovisual vai ganhar votos?? Ganha voto quem se preocupa com o bem estar da cidade e das pessoas que vivem nela. Mostrem algum respeito pelos seus eleitores e parem com essa putaria de bandeiras e carros de som!
domingo, 11 de julho de 2010
Minhocas
Ontem à noite tive que me segurar pra não vir escrever meus desabafos baratos aqui. Primeiro, porque eu não gosto de desabafos. Segundo, porque eu prezo o bom português e ontem seria impossível pensar em qualquer tipo de coesão textual.
O engraçado é que ontem minha cabeça estava cheia de idéias, pensamentos, músicas, opiniões, poesias, etc. mas hoje de manhã, quando acordei, não me lembrei de nada. Não sei sequer o que me fez ficar assim, tão cheia de minhocas na cabeça.
Dormir faz bem.
O engraçado é que ontem minha cabeça estava cheia de idéias, pensamentos, músicas, opiniões, poesias, etc. mas hoje de manhã, quando acordei, não me lembrei de nada. Não sei sequer o que me fez ficar assim, tão cheia de minhocas na cabeça.
Dormir faz bem.
segunda-feira, 28 de junho de 2010
Ciências humanas
Ignorando o fato de que até a matemática tem variáveis, estão agora pedindo pra eu ter exatidão nos sentimentos. Tudo bem, então. Tome nota aí: meu sentimento nada é senão uma bela de uma incógnita, que somente será resolvida por meio de uma equação.
quinta-feira, 24 de junho de 2010
Língua Portuguesa
"Intenção sem ação é ilusão"
Ela e suas falsas juras,
Suas promessas etílicas,
Seus beijos de areia.
Tudo pó, tudo puff
Como show de ilusionismo.
Suas promessas etílicas,
Seus beijos de areia.
Tudo pó, tudo puff
Como show de ilusionismo.
quinta-feira, 11 de março de 2010
Pseudo-loucura-crônica
Me perguntaram outro dia por que parei de escrever aqui. Fiquei pensando e não consegui achar nenhuma razão óbvia. Achei algumas, mas nenhuma foi convincente pra mim mesma.
E agora que sentei aqui pra tentar escrever algo que entendi porque fiquei tanto tempo off: simplesmente não tenho o que escrever! Parece que meus dias têm passado tão rápido, tanta coisa pra pensar e pra processar, que não sobra um tempo pro cérebro descansar e surgir aquela famosa inspiração!
Mas inspiração pra que? Pra escrever coisas bonitas, polidas, politicamente corretas? Eu não! O que se passa aqui dentro é tão complexo, tão indescritível, que as palavras se tornam inúteis... se tornam pequenas demais pra tanto sentimento junto e misturado.
E como eu adoro ser complexa!
Adoro seres complexos e confusos.
Odeio tudo que é óbvio ou fácil demais... odeio qualquer tipo de normalidade e às vezes me assusto com o quão normal e ordinária eu sou. Ordinária no sentido de não ser extraordinária... e aí paro e penso: "Me assustar por ser normal já é um tipo de anomalia... "
E então volto a gostar de mim e da minha pseudo-loucura-crônica...
E agora que sentei aqui pra tentar escrever algo que entendi porque fiquei tanto tempo off: simplesmente não tenho o que escrever! Parece que meus dias têm passado tão rápido, tanta coisa pra pensar e pra processar, que não sobra um tempo pro cérebro descansar e surgir aquela famosa inspiração!
Mas inspiração pra que? Pra escrever coisas bonitas, polidas, politicamente corretas? Eu não! O que se passa aqui dentro é tão complexo, tão indescritível, que as palavras se tornam inúteis... se tornam pequenas demais pra tanto sentimento junto e misturado.
E como eu adoro ser complexa!
Adoro seres complexos e confusos.
Odeio tudo que é óbvio ou fácil demais... odeio qualquer tipo de normalidade e às vezes me assusto com o quão normal e ordinária eu sou. Ordinária no sentido de não ser extraordinária... e aí paro e penso: "Me assustar por ser normal já é um tipo de anomalia... "
E então volto a gostar de mim e da minha pseudo-loucura-crônica...
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
Felicidade não se compra
- Bom dia. Vocês têm felicidade?
- Tinha, mas acabou... O estoque nunca pára nas prateleiras.
- E você tem previsão de quando chega mais?
- A qualquer momento, não saberia lhe dizer ao certo.
[olhar desapontado]
- Mas quem sabe a senhora não leva esperança? Esta nunca está em falta.
- Pode ser...
- A senhora tem preferência de cor?
- Tem verde?
- Tem sim, é a mais popular. É para presente?
- Não, é pra mim mesmo.
domingo, 6 de dezembro de 2009
Dúvida cruel
Por que a gente só percebe que o ano passou quando o calendário chega em dezembro?
Só pode ser algum tipo de distúrbio. Não sei vocês, mas eu sempre me desespero quando chega dezembro! Aliás, meu desespero começa mesmo quando os enfeites de Natal começam a brotar pela cidade... É sempre uma luzinha tímida ali, um papai noel pequeno aqui e quando eu assusto a cidade inteira já tá iluminada, tocando sinos e ecoando "ho ho ho" por aí!
É mágico e ao mesmo tempo pertubardor! Se imaginem nesta situação:
"Como assim nós já estamos em dezembro???
Abril acabou de terminar!!!
As férias de julho nem passaram...
O que eu fiz no meu aniversário mesmo?"
É fato, meus caros... como todas as coisas nesta vida, só realizamos e nos damos conta do ano que tivemos quando ele acaba! Não se assustem quando jájá estiverem levantando tacinhas e gritando Feliz Ano Novo, porque dezembro sempre chega.
Só pode ser algum tipo de distúrbio. Não sei vocês, mas eu sempre me desespero quando chega dezembro! Aliás, meu desespero começa mesmo quando os enfeites de Natal começam a brotar pela cidade... É sempre uma luzinha tímida ali, um papai noel pequeno aqui e quando eu assusto a cidade inteira já tá iluminada, tocando sinos e ecoando "ho ho ho" por aí!
É mágico e ao mesmo tempo pertubardor! Se imaginem nesta situação:
"Como assim nós já estamos em dezembro???
Abril acabou de terminar!!!
As férias de julho nem passaram...
O que eu fiz no meu aniversário mesmo?"
É fato, meus caros... como todas as coisas nesta vida, só realizamos e nos damos conta do ano que tivemos quando ele acaba! Não se assustem quando jájá estiverem levantando tacinhas e gritando Feliz Ano Novo, porque dezembro sempre chega.
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
ANH?
Acho que para me entender por completo é preciso ter uma certa dose de loucura. A mesma que me nego às vezes, em susto, após atravessar um imenso e monótono cotidiano, andando pelos meus labirintos coloridos desse meu interior sempre previsto, sempre previsível, embora absurdo.
Faz algum sentido? Prefiro assim...
Faz algum sentido? Prefiro assim...
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
SAPO ENGORDA
Incrível. Foi só parar de engolir alguns sapos que comecei a perder peso.
Sapos são gordurosos, calóricos, asquerosos e alguns podem ser até venenosos.
Aqui vai uma dica: excluam os sapos de suas dietas. JÁ! Experiência própria!
Sapos são gordurosos, calóricos, asquerosos e alguns podem ser até venenosos.
Aqui vai uma dica: excluam os sapos de suas dietas. JÁ! Experiência própria!
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
A DESPEDIDA
"Eu estou indo" - disse o Medo, arrastando a sua mala para o corredor.
"Isso significa que eu não terei mais medo?" - perguntei.
"Não é bem assim" - disse o Medo, "a Apreensão decidiu ficar".
Eu sorri, desejei ao Medo tudo de bom e o olhei abrir a minha porta da frente, bastante anisoso.
"Talvez algum dia te veja novamente" - disse ele quase sorrindo enquanto se dirigia para o táxi.
"Talvez" - eu disse, não querendo ser rude.
E então ele se foi.
Fechei a porta, respirei fundo e sorri, apreensivamente.
"Isso significa que eu não terei mais medo?" - perguntei.
"Não é bem assim" - disse o Medo, "a Apreensão decidiu ficar".
Eu sorri, desejei ao Medo tudo de bom e o olhei abrir a minha porta da frente, bastante anisoso.
"Talvez algum dia te veja novamente" - disse ele quase sorrindo enquanto se dirigia para o táxi.
"Talvez" - eu disse, não querendo ser rude.
E então ele se foi.
Fechei a porta, respirei fundo e sorri, apreensivamente.
domingo, 3 de maio de 2009
NUVENS

Eu vivo nas nuvens. Acho que a realidade não é pra mim. Dizem sempre que é melhor eu descer, que as nuvens não são lugar para as pessoas crescidas viverem. Eu apenas sorrio pra estas pessoas e para os seus conselhos. Talvez algum dia, eu disse talvez algum dia eu desça. Mas eu sei que nunca irei. Realidade não é pra mim. Prefiro ficar aqui por cima, a visão é de tirar o fôlego.
sexta-feira, 27 de março de 2009
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
DEVANEIOS
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
DESABAFO
Vou quebrar minha regra de não postar duas vezes no mesmo dia, mas tô precisando desabafar e a minha melhor opção agora, às 0h31, é o meu querido e ótimo amigo blogspot. Não é bem uma regra, mas sabe essas coisas pequenas que a gente simplesmente estabelece e quando percebe já tá fazendo? Pois é... só quis esclarecer pra não me acharem louca, mas acho que acabei piorando. Que seja, eu quero escrever porque o que escrevo aqui é meu, só meu. São as minhas palavras, minhas letras, minhas idéias. E tá, é claro que eu podia sim, muito bem, escrever no meu diário, mas não teria graça... desabafar num lugar tão amplo e nada íntimo como a internet é bem mais excitante!
Então, se é pra falar, eu vou falar. Avisa pro mundo inteiro que eu não sou adulta, tá? Que esse escudo aqui é todo de mentirinha, feito de isopor. Conta também que eu sou um poço de carência, que quando tô doente fico querendo minha mãe. Conta que de manhã eu não quero ir pra escola e que, mesmo fingindo que não, eu tô pedindo colo.
Avisa pro mundo que apesar da lei da gravidade, o que eu quero mesmo é voar. Que mesmo quando uso uma fala bonita e polida, ainda continuo sendo uma tremenda estúpida. Sei lá, pode dizer por aí que eu prefiro dormir enquanto esperam vitórias de mim.
Avisa pro mundo que eu vejo desenho animado. Diz que mesmo que eu já trabalhe, na alma eu ainda brinco de pular corda. Avisa que eu sei que a vida acaba, mas que pretendo estender minha fase infantil até a terceira idade e que é maldade contrariar uma criança que acredita num sonho.
Conta que eu quero ser o Peter Pan, embora ande mais pra Capitão Gancho. Conta que eu aceito engolir a vida só se ela estiver muito quente ou muito fria. Conta que se a vida for morna, eu posso acabar vomitando.
E olha, não esquece de avisar que embora não haja o menor sentido em nada disso que eu escrevo, é assim mesmo que eu me sinto...
Então, se é pra falar, eu vou falar. Avisa pro mundo inteiro que eu não sou adulta, tá? Que esse escudo aqui é todo de mentirinha, feito de isopor. Conta também que eu sou um poço de carência, que quando tô doente fico querendo minha mãe. Conta que de manhã eu não quero ir pra escola e que, mesmo fingindo que não, eu tô pedindo colo.
Avisa pro mundo que apesar da lei da gravidade, o que eu quero mesmo é voar. Que mesmo quando uso uma fala bonita e polida, ainda continuo sendo uma tremenda estúpida. Sei lá, pode dizer por aí que eu prefiro dormir enquanto esperam vitórias de mim.
Avisa pro mundo que eu vejo desenho animado. Diz que mesmo que eu já trabalhe, na alma eu ainda brinco de pular corda. Avisa que eu sei que a vida acaba, mas que pretendo estender minha fase infantil até a terceira idade e que é maldade contrariar uma criança que acredita num sonho.
Conta que eu quero ser o Peter Pan, embora ande mais pra Capitão Gancho. Conta que eu aceito engolir a vida só se ela estiver muito quente ou muito fria. Conta que se a vida for morna, eu posso acabar vomitando.
E olha, não esquece de avisar que embora não haja o menor sentido em nada disso que eu escrevo, é assim mesmo que eu me sinto...
TPM
O grandioso ato de se trocar uma lâmpada pode variar muito, acredite. Quando a gente se pergunta quantas pessoas são necessárias para que uma lâmpada seja trocada, bem, isso depende muito do tipo de pessoa que vai realizar o ato.
Se forem gays, precisaremos mais ou menos de uns cinco, um para trocar e outros quatro para ficar gritando: Vai lá! Linda! Poderosa! Maravilhosa! Divina! Tuuudoo!
Se forem coroas, precisaremos de duas: uma chama o eletricista e a outra prepara os drinques.
Se forem psicólogos, precisamos de apenas um, mas é imprescindível que a lâmpada QUEIRA ser trocada.
Loiras, precisaremos de seis. Enquanto uma segura a lâmpada, as outras giram a cadeira.
Se for um bêbado, ele sozinho conseguirá trocar a lâmpada. Ele a segura enquanto o teto roda.
Ativistas lésbicas? Não será preciso nenhuma, já que lâmpada não precisa mudar para ser aceita pela sociedade.
Machões? Também nenhum. Macho não tem medo do escuro.
E se por acaso for uma mulher com TPM?
Bem, será ela. Só ela! Sozinha!! Porque ninguém dentro de uma casa sabe como trocar uma lâmpada! São um bando de IMPRESTÁVEIS!!! Eles nem percebem que a lâmpada queimou! Eles podem ficar em casa no escuro durante três dias antes de notar que a porcaria da lâmpada está queimada! E quando eles notarem, vão passar mais cinco dias esperando que EU troque a lâmpada, porque eles acham que eu sou a ESCRAVA deles!!! E quando eles se derem conta de que eu não vou trocar a lâmpada, eles ainda vão ficar mais dois dias no escuro porque não sabem que as lâmpadas novas ficam dentro da porcaria da dispensa! E se, por algum milagre, eles encontrarem as lâmpadas novas, vão arrastar a poltrona da sala até o lugar onde está a lâmpada queimada e vão arranhar o chão todo, porque são INCAPAZES de saber onde a escada está guardada! É inútil esperar que eles troquem a lâmpada, então sou eu mesmo quem vai trocá-la! E como eu sou uma mulher independente, vou lá e troco! E SOME DA MINHA FRENTE!!!
Se forem gays, precisaremos mais ou menos de uns cinco, um para trocar e outros quatro para ficar gritando: Vai lá! Linda! Poderosa! Maravilhosa! Divina! Tuuudoo!
Se forem coroas, precisaremos de duas: uma chama o eletricista e a outra prepara os drinques.
Se forem psicólogos, precisamos de apenas um, mas é imprescindível que a lâmpada QUEIRA ser trocada.
Loiras, precisaremos de seis. Enquanto uma segura a lâmpada, as outras giram a cadeira.
Se for um bêbado, ele sozinho conseguirá trocar a lâmpada. Ele a segura enquanto o teto roda.
Ativistas lésbicas? Não será preciso nenhuma, já que lâmpada não precisa mudar para ser aceita pela sociedade.
Machões? Também nenhum. Macho não tem medo do escuro.
E se por acaso for uma mulher com TPM?
Bem, será ela. Só ela! Sozinha!! Porque ninguém dentro de uma casa sabe como trocar uma lâmpada! São um bando de IMPRESTÁVEIS!!! Eles nem percebem que a lâmpada queimou! Eles podem ficar em casa no escuro durante três dias antes de notar que a porcaria da lâmpada está queimada! E quando eles notarem, vão passar mais cinco dias esperando que EU troque a lâmpada, porque eles acham que eu sou a ESCRAVA deles!!! E quando eles se derem conta de que eu não vou trocar a lâmpada, eles ainda vão ficar mais dois dias no escuro porque não sabem que as lâmpadas novas ficam dentro da porcaria da dispensa! E se, por algum milagre, eles encontrarem as lâmpadas novas, vão arrastar a poltrona da sala até o lugar onde está a lâmpada queimada e vão arranhar o chão todo, porque são INCAPAZES de saber onde a escada está guardada! É inútil esperar que eles troquem a lâmpada, então sou eu mesmo quem vai trocá-la! E como eu sou uma mulher independente, vou lá e troco! E SOME DA MINHA FRENTE!!!
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
DEVANEIOS
Meio embriagada de preguiça e tédio, usando de todas as minhas forças pra levantar da cama, obriguei-me a um banho habitual. Debaixo do chuveiro sem ter o que fazer, li escrito em uma embalagem de condicionador: NUTRE E REVITALIZA. Tive vontade de beber do pote até a última gota.
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