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domingo, 9 de outubro de 2011

Ela (ou eu?)


Ela poderia abraçar o mundo, se quisesse.
Ela fala as maiores besteiras bem fundamentadas do mundo.
Engraçada. Simpática. Tímida. Sorridente. Insegura.
Ela é do tipo que sabe e finge não saber. Ou que não sabe que sabe.
Ela gosta da simplicidade, mas não é.
Ela sabe ouvir. Ela sabe entender. Ela sabe tentar.
Ela sabe escrever. Ela sabe pensar. Ela sabe de muito.
Ela sabe de tudo, menos que ela sabe.
Ela é uma das coisas mais malucas.
Ela ama as estrelas. Ela ama a lua. Ela ama o céu.
Curiosa. Nunca cansa de aprender.
Cheia de complexos, curáveis. Cheia de medo e insegurança, infundados.
Cheia de medos.
Não gosta de silêncio. Sabe que gestos falam mais que palavras.
Ela gosta de rir, acha que a vida não vale a pena se não for divertida.
Ela pode ser a melhor pessoa do mundo, mas se disfarça de pior.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Sobre percursos e sonhos

Quando eu era criança, sonhava em ter 18 anos. Parece bobo dizer isso agora, mas acho que muita gente compartilhava comigo esse mesmo sonho. Não sei exatamente por quê, mas achava que aos 18, completando a tão esmerada maioridade, as coisas que eu desejava iam se realizar mais facilmente. Tudo parecia ser possível pra mim.

Não foi.

Cresci, soprei 18 velhinhas e acordei no dia seguinte com uma sensação estranha de que nada havia mudado. A gente tende a acreditar, sabe-se lá o motivo, que depois de realizarmos alguns sonhos, ou chegarmos aonde queríamos, que as coisas vão mudar sozinhas, que tudo vai andar no seu próprio caminho sem esforços ou dificudades. Ledo engano.

É nessa hora que nos enxergamos mais apavorados e sem rumo, como se não tívessemos nos programado para o depois. O importante era chegar lá, mas agora que estou aqui, o que fazer? Nunca se sabe. É uma grande inocência acreditar que grandes mudanças serão pra sempre grandes mudanças. Depois que acontecem, bate aquele vazio. E agora? O que eu quero? O que vou fazer com isso?

Dizem que quanto mais você se realiza, mas insaciado você se torna. E eu não acreditava nisso, até perceber que todas as minhas realizações, que antes pareciam tão promissoras e cheias de potencial, na verdade não fizeram grande diferença na minha vida. O que fez diferença, na real, foi tudo o que aprendi durante o percurso todo. Aquelas pequenas grandes coisas que você aprende, que te fazem ser quem você é e te fazem acreditar no que você acredita, mas que não paramos para notar. O que importava era chegar lá.

Estamos muito preocupados em realizar, conseguir, fazer e acontecer.

Uma dica sincera de quem vos escreve: não se preocupem com isso! O que você consegue é só um resultado de tudo o que você mesmo fez. Dê valor aos percursos, às dificuldades, ao aprendizado disfarçado de impossibilidades. É aí que moram as verdadeiras mudanças.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Você é feliz?

- Quando?
- Quando? Quando o quê? Te fiz uma pergunta simples. Você é feliz?
- Esse é o seu tipo de pergunta simples?
- É.
- Ok, talvez seja simples mesmo. A resposta é que pode variar. Depende de como se olha para ela.
- Você é?
- Quando?
- Quando o quê? É ou não é?
- Não sei responder. Você pergunta se sou feliz e eu te pergunto quando.
- Me explica...quando o que?
- Quando me sinto feliz, sou feliz. Quando me sinto infeliz, sou infeliz. Mas por que você tá me perguntando isso?
- Ontem, quando cheguei em casa, percebi que você estava chorando. Tentou disfarçar mas estava, ou esteve, chorando...
- Ontem eu não era feliz, achei que devia chorar.
- E hoje?
- Sim, hoje sou. Estou bem. Só porque ontem chorei significa que sou infeliz?
- Então...
- Então nada. Você me vê chorando sempre?
- Não, você me parece quase sempre bem. Sorrindo, falando pelos cotovelos, cantando... até eu já não aguentar mais tanta cantoria. (risos)
- Então por que a indagação sobre minha felicidade?
- Porque quero a confirmação de que você está feliz.
- Tal como estou agora e estou quase sempre? As pessoas só pensam na felicidade alheia quando se deparam com a tristeza. E quando eu estou bem? Você se lembra de perguntar?
- Não, porque presumo que você está feliz quando está sorrindo.
- Pois você deveria saber que o pior tipo de tristeza é aquele que não vem acompanhado de lágrimas, mas de sorrisos.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

A m o r . . .



"Eu sempre achei que o amor, que o grande amor, fosse incondicional. Que quando houvesse um grande encontro entre duas pessoas, tudo pudesse acontecer. Porque se aquele fosse o grande amor, ele sempre voltaria triunfal... Mas nem todo amor é incondicional. Acreditar na eternidade do amor é precipitar o seu fim. Porque você acha que esse amor aguenta tudo, então de um jeito ou de outro você acaba fazendo esse amor passar por tudo... Um grande amor não é possível. E talvez por isso é que seja grande – para que nele caiba o impossível.

Eu sempre achei que o amor, que o grande amor, fosse incondicional. Que quando duas pessoas se encontram, quando este Encontro acontece, pode trair, brochar, azar, todas as porradas... Sendo o grande amor, ele voltará triunfal, sempre. Mas não, nenhum amor é incondicional. Então, acreditar na incondicionalidade é decididamente precipitar o fim do amor. Porque você acha que esse amor aguenta tudo, então de um jeito ou de outro você acaba fazendo esse amor passar por tudo... E um amor não aguenta tudo. Nada nessa vida é assim. Daí você fala que esse amor não tem fim, para que o fim, então, comece. Um grande amor não é possível – e talvez por isso é que seja grande. Assim, nele obrigatoriamente cabe, tem de caber, também o impossível. Mas quem acredita? Quem acredita no impossível, se não apaixonadamente? Como a um Deus, incondicionalmente?"


(Afinal, o que querem as mulheres? - André Newmann)

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O surto

Sabe que eu cansei? Cansei de não-reclamar.

Hoje eu tava pensando naquela louca da Colheita Feliz eu-sou-portadora-de-esquizofrenia, na doida me-dá-meu-chip-Pedro, no povo desses reality shows que choram e gritam por uma vírgula, enfim, em todas essas pessoas que surtaram em momentos banais, embora eu acredite que o escândalo todo nunca seja por algo banal.
Acredito que seja só a gota d'agua, aquele momento de dizer "não importa que é o culpado, eu quero que todo mundo vá a merda".

O problema é que a maioria das pessoas não sabe que antes de surtar, aquela pessoa aguentou um monte. Não interessa o quê. Foi chifrado, perdeu uma promoção no trabalho só porque o chefe escolheu um amigo, bateu o carro, a casa inundou, está longe das pessoas que ama, o cara que gosta vai se casar, a mãe morreu, WHATEVER!

O momento do surto pode ser qualquer um. Você andando na rua, puto da vida por algum problema, e uma pessoa te esbarra. Pronto, no segundo depois você está no chão aos tapas com uma pessoa qualquer que não tem nada a ver com a sua vida. Você entra em uma lanchonete, o lanche veio errado? Pega o hamburger, esfrega na cara do atendente e diz "EU QUERO O MEU DINHEIRO" e pronto.

Alívio.

Você, que aguentou aquele monte de merda, mas um sanduíche errado você não pode aguentar. A briga não é nem pelo sanduíche em si, que se dane o dinheiro perdido. Simplesmente era a hora de dizer chega. Quando você se entope de raiva e energia e seu único objetivo é fuder todo mundo. Quando você é oficialmente tido como louco. A escória da sociedade.

Tô quase lá.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Juliana

O que eu acho de mais interessante sobre a vida é como os caminhos são traçados. Nossas escolhas, nossas prioridades, nossas futilidades, nossos anseios... tudo se encaixa tão perfeitamente, mesmo que às vezes não pareça se encaixar, que cada vez mais me conveço de que nada é por acaso.

As pessoas que você conhece, as conversas, uma bebida que você escolhe tomar ou não. Um olhar que você recebe que te faz tremer. Um gesto que aparentemente não significa nada, mas que faz o seu dia melhor. Um filme que você assiste e que simplesmente muda tudo o que você pensa sobre relacionamentos e sobre o que você pensava que sabia sobre eles!

Sei que posso ser uma eterna romântica-cheia-de-clichês e brigar comigo todos os dias por ser assim, mas hoje não! Hoje eu simplesmente quero aplaudir de pé todas estas pessoas que se entregam, que esperam sempre mais e que, no fim, ainda se surpreendem. São estas pessoas que me inspiram a ser quem eu sou e como eu sou.

Me magoar? Sim, é inevitável...
Mas quem disse que os que não se magoam são mais felizes?

Eu sou feliz porque dou minha cara a tapa.
Porque não tenho vergonha de dizer, de pensar, de agir...
Porque sou eu mesma, com minhas manias, minhas chatices, minhas expectativas, meus medos, meus defeitos... sou feliz porque posso ser várias Juliana's sem me arrepender de ter sido todas elas, ou nenhuma delas.

Quem não gostar... well, que aperte logo o ctrl+w.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Simples assim!

Será que os políticos realmente acreditam que essa poluição audiovisual vai ganhar votos?? Ganha voto quem se preocupa com o bem estar da cidade e das pessoas que vivem nela. Mostrem algum respeito pelos seus eleitores e parem com essa putaria de bandeiras e carros de som!

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Carpe Diem

Andei pensando, dei uma lida nos meus textos, li coisas de outras pessoas e cheguei à conclusão de que minha opinião aqui tem ficado cada vez mais confusa. Estou em dúvida se sou simples demais ou complexa demais. Estou sucumbindo ao pecado da hipocrisia e fazendo exatamente o que eu critico. E assim, acabo me auto-criticando, cada dia mais severamente.

Mas aí, eu nas minhas andanças e correntes de pensamentos, parei pra refletir e me veio uma luz, assim, bem fraca e um pouco tímida, nada de luz no fim do túnel, foi quase um vagalume, bem do meu lado. E foi assim, em meio aos vagalumes, que eu tive a minha melhor constatação dos últimos tempos: eu não sou superficial. Tive vontade de colocar minha cabeça pra fora da janelinha do ônibus e simplesmente gritar isso garganta a fora. Foi um estalo na hora, pois percebi que é isso que venho criticando aqui há tempos mas que até hoje não tinha conseguido resumir em uma só palavra: SU-PER-FI-CI-A-LI-DA-DE.

É isso, é simples. Vamos aos fatos:
Hoje em dia é todo mundo tão superficial que ninguém se mostra mais. Escondem o passado, a família, os amigos, os sentimentos negativos. É uma fuga constante por medo de um conflito que talvez não vá nem existir. Nem o sexo casual, que é uma maneira legal de ser superficial, tem graça mais... porque você simplesmente nunca sabe com quem está transando. Todo mundo só quer a parte boa da relação, não há entrega. E aí nasce aquela relação sem vida, sem nada que a sustente.

As coisas estão tão invertidas que o bonito lema "Carpe Diem" tá sendo interpretado como: "já que a felicidade é efêmera, o importante é eu me dar bem não importa às custas de quem".

Pra mim, a entrega é uma atitude, é acreditar em si e apostar no outro. É disponibilidade. Quem não se dá, provavelmente nada recebe.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Beleza Americana

"I guess I could be pretty pissed off about what happened to me... but it's hard to stay mad, when there's so much beauty in the world. Sometimes I feel like I'm seeing it all at once, and it's too much, my heart fills up like a balloon that's about to burst... And then I remember to relax, and stop trying to hold on to it, and then it flows through me like rain and I can't feel anything but gratitude for every single moment of my stupid little life... You have no idea what I'm talking about, I'm sure. But don't worry... you will someday. "

"Eu acho que poderia ficar muito puto com o que aconteceu comigo... mas é difícil ficar bravo, quando há tanta beleza no mundo. Às vezes eu sinto como se eu estivesse vendo tudo de uma vez só, e isso é demais, meu coração se enche como um balão que está prestes a estourar... E aí eu me lembro de relaxar, e parar de tentar me agarrar nisso, e então isso flui através de mim como chuva e eu não posso sentir nada senão gratidão por cada momento único da minha vidinha estúpida... Você não tem idéia do que estou falando, eu tenho certeza. Mas não se preocupe... você vai entender um dia."


Simples.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Enjoei














Outro dia, lendo Caio, me deparei com a frase: "Uma pessoa não é um doce que você enjoa, empurra o prato, não quero mais." E fiquei pensando... será mesmo que não é assim?

Se a gente enjoa de tudo na vida, por que não enjoar de pessoas?

Não adianta lutar contra, tudo perde o gosto. O chiclete mascado há horas, a coca cola velha na geladeira, o bolo no prato esperando pra ser comido, o arroz de ontem, aquela pessoa que antes era a melhor companhia e agora virou uma chata. Acontece, não acontece? E não fazemos por mal, às vezes é até instantâneo: "eca, enjoei"!

A verdade é assim como é a vida: nua e crua. Nenhum eufemismo serve. Nenhuma desculpa basta. Somos egoístas, deal with it!!! E não é feio ser egoísta. Se todos nós assumíssemos pelo menos metade do que realmente somos e o que realmente queremos, as coisas seriam mais simples. E lá vou eu, mais uma vez, questionar essa vida barata que levamos... cheia de eufemismos, de desculpas, de ovos a serem pisados. Tenho tentado viver sem isso, sem essa pequenez de espírito. Não é sempre que consigo, mas decidi que tentar é mais importante que conseguir. Muitas pessoas vão se magoar por isso e sei que vou ser magoada também... mas quando todos se acostumarem à sinceridade, à transparência e à opinião própria, as mágoas vão deixando aos poucos de existir, dando lugar a relações mais duradouras e sólidas.

Ou não... quem garante? Eu sigo assim. Quem quiser que me acompanhe.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Paixão


















Eu gosto muito de escrever. Mas gosto particularmente e especialmente quando estou emotiva. Hoje é um dia desses. Não sei por quê ou de onde vem esse sentimento estranho que me deixa meio leve, meio sonhadora, meio boba mesmo. Choro vendo os trailers de filmes que já vi. Me deixo levar por músicas e pelas suas melodias... me sinto capaz. Não sei, mas acho que me sinto mais viva. Com coração, com corpo, com lágrima e com doçura.

Parece coisa de gente apaixonada, mas não é. Aliás, é sim! Eu sou totalmente apaixonada pela vida.

Pelas pessoas e pela complexidade delas. Por mim e pelos meus defeitos. Pelos olhares sinceros e sorrisos escancarados. Pelas crianças inocentes e pelos idosos experientes. Sou completamente apaixonada pelas coisas pequenas da vida. Pelos meus amigos, pela minha família, pelo meu filhote lindo...

Isso é o que nos move. Paixão. Não importa pelo quê: pessoas, trabalho, carreira, futebol, animais, livros... o importante é se apaixonar. Por tudo, por nada, todos os dias...

domingo, 25 de julho de 2010

Ser

Esses dias estive pensando muito sobre o peso da existência, sobre a morte, sobre a vida... sobre todas essas coisas que nos cercam completamente mas nunca paramos para vê-las e refletir sobre elas. Pois bem, não sei exatamente o por quê, mas estive pensando...

Estive pensando em como somos breves. Em tudo. Raramente nos aprofundamos em algo, raramente nos mostramos por inteiro, raramente assumimos nossas verdadeiras vontades e desejos e acabamos por viver assim, uma vida breve, sendo vivida brevemente. Escola, faculdade, emprego, casamento, filhos, netos, limitações... Gastamos o nosso (curto) tempo nos polindo, nos limitando e, pior, achando que é isso mesmo que devemos fazer. Não é. Sei que posso negar aqui anos de existência, mas, sinceramente, não acredito que o homem viva da forma como deveria.

Posso parecer hipócrita dizendo isso, já que sou dessa espécie e também vivo assim, mas não é bem hipocrisia. É vontade de mudança... que não consegue sair do papel. Não sei o quê fazer ou como fazer ou com quem fazer. Sei que algo deve ser feito. E acho que o primeiro passo a ser dado é esse, o resto vem com o tempo...vem a partir das atitudes que escolho tomar, das pessoas que escolho ouvir, dos valores que transmito e acredito. E eu acredito muito na transparência, nos sentimentos, na "insustentável leveza do ser" (Kundera, 1984).

terça-feira, 13 de julho de 2010

Top 5

Ser humano:

1) Criatura que sempre acaba dominada pela fraqueza, em grande ou pequena intensidade.

2) Necessita da convivência com o outro e possui uma filosofia muito frágil. Mesmo assim está sempre destruindo seu semelhante e/ou se submetendo a um processo de auto-destruição.

3) Poucos conseguem alcançar o total auto-conhecimento, apesar de todos serem dotados de capacidade para tal. Além de serem dotados de capacidade para chegar a auto-consciência, que também quase nunca é alcançada.

4) Frequentemente realiza estudos sobre ele mesmo, mas raramente chega à conclusões precisas.

5) Parcial, fraco, imperfeito e, mesmo assim, adorável.

domingo, 4 de julho de 2010

OIQ?



Tenho uma grande dúvida:
Eu não sei lidar com as pessoas
ou as pessoas é que não sabem lidar comigo?

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Dia das crianças

Texto originalmente escrito dia 12 de outubro de 2009.

E quem disse que eu não posso ser uma também?
Qua saudade de acordar nesse dia tão mágico e achar presentes na beirada da minha cama. Os presentes nada tinham de especiais, eram sempre pequenas lembrancinhas, mas que me faziam imensamente feliz. Engraçado como é o tempo. Naquela época eu ficava feliz com coisas tão banais, tão simples e tão singelas. Parece que quanto mais o tempo vai passando, mais vai se tornando dificil ficar feliz.
As preocupações aumentam, os problemas, as lamúrias... tudo fica maior e quase não sobra espaço pra ser, de fato, feliz. E a gente entra num ciclo tão vicioso e tão cômodo que nem percebe! O nome desse ciclo é rotina, e acho que é por isso que a infância é tão sublime pra mim. Porque ser criança significa não ter rotina. Significa ser sensível, ser observador, ser aberto. Significa ter o desconhecido na palma das mãos.
E como eu gosto de tudo que é desconhecido, misterioso, distante...
O segredo está em sim, continuar com a nossa rotina diária, mas tratar de impedir a rotina de pensamentos, de sonhos, de idéias.

Meu nome é Juliana e minhas concepções mudam de hora em hora. Quero voltar a ser criança. Vamos procurar tatu-bolinha comigo?

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Língua Portuguesa













Palavras são atos?
Ou atos são palavras?

Falar
Fazer
Falar
Fazer

Tem diferença?

É por isso que eu escrevo. Pra não deixar dúvidas.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

ESTAMIRA



Hoje fui contemplada com a oportunidade de assisir ao filme/documentário Estamira. E como fiquei encantada com ele, o documentário, e com ela, a protagonista.

Estamira é uma mulher que vive num lixão no Rio de Janeiro. Possuidora de uma incrível articulação para a fala, ela constrói uma narrativa que, apesar de parecer distoricda e totalmente ilusória à primeira vista, é cheia de verdade e conhecimento. Estamira divaga sobre o homem em sua pior forma, na forma de mentiroso, hipócrita, "esperto ao contrário", assaltante. Divaga sobre sua descrença em Deus, sobre a química do lixão, sobre o atendimento médico que recebe, sobre sentimento e emoção. Tudo acompanhada de muito humor, raiva, choro e gritos, simultaneamente.

Estamira é filósofa, guerreira, louca, lúcida e feiticeira, Estamira é várias mulheres em uma. Ela é o que é e não abre mão disso. O documentário acaba com ela em frente ao mar, dizendo:

"Sabia que tudo o que é imaginário existe? E é? E tem?"

Diante disso, fica a pergunta:
Quanto de loucura há na suposta lucidez e quanto de lucidez há na suposta loucura?

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

PUTZ! TÁ FALTANDO...

Algo sempre nos falta. É impressionante, podemos estar em pleno conforto, ter tudo o que precisamos, conseguir aquilo que queremos... mas sempre, sempre falta algo. Estamos todos na busca do melhor. Queremos sempre ser pessoas melhores, mais respeitadas, mais dignas. Não julgo, também sou assim. Só não entendo por que a satisfação é tão difícil (ou impossível) de ser alcançada!

Uns viajam, outros ganham promoções no trabalho, alguns fazem três faculdades diferentes, outros vão para templos budistas, uns jogam na loteria, outros pagam a Igreja... enfim, não importa o que você faça para se tornar uma pessoa melhor, você sempre faz alguma coisa. E por mais que você já seja uma pessoa incrível, nunca é suficiente. Quanto mais nos tornamos bons, mais exigentes (e pés no saco) ficamos.

Eu não quero pregar aqui que "inércia" seja uma coisa legal. Não! Eu, particularmente, odeio ficar estagnada. Passo meus dias reclamando que não faço nada e que estou me tornando burra. O que está em pauta aqui é por que o ser humano nunca consegue matar sua sede. Eu sou humana e estou faminta.

"Algo sempre nos falta — o que chamamos de Deus, o que chamamos de amor, saúde, dinheiro, esperança ou paz. Sentir sede, tudo bem, faz parte. Mas atormenta. Busque o que te falta sem dor nem culpa, embora doa, e em segredo." (Caio F.)

sábado, 19 de abril de 2008

O EQUILIBRISTA


Picadeiro, redes de proteção, escada, corda, eu. O objetivo é chegar à outra plataforma. Logo eu que sou tão impulsiva e tão ansiosa tô correndo esse risco, tô me aventurando.

É tão emocionante estar no meio desse caminho agora. Sentir as pernas e o corpo todo tremerem a cada passo. Fazer pausas para respirar e recuperar o equilíbrio nos momentos de desespero. Sentir vontade de sorrir e chorar ao mesmo tempo. Parar de ouvir a voz arrogante da razão e deixar que o coração me guie, ouvindo sua doce voz me dizendo que eu vou conseguir.

Serei mais forte a cada passo dado, me superando sempre que possível. Sei que a queda não será fatal. Caso aconteça, as redes de proteção estão lá, eu até as enxergaria se pudesse olhar para baixo. Poderia ver também os olhos aflitos dos que me amam, ou os olhos maldosos dos que torcem para que eu me desequilibre. Poderia até escutar a voz de todos eles se quisesse, mas na verdade não quero.

Meu único objetivo agora é chegar ao outro lado. Meus olhos, ouvidos e coração estão lá. Minha atenção está toda voltada pra isso e nada mais me importa ao meu redor. Se serei vaiada ou aplaudida ao final do espetáculo, não sei e nem quero saber. O que me conforta é que poderei gritar em alto e bom som que eu tentei, que fiz o meu máximo.

Alcançar um objetivo é importante. Mas muito mais importante - e prazeroso - é o que aprendo no decorrer do caminho que leva à ele.