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domingo, 25 de julho de 2010

Ser

Esses dias estive pensando muito sobre o peso da existência, sobre a morte, sobre a vida... sobre todas essas coisas que nos cercam completamente mas nunca paramos para vê-las e refletir sobre elas. Pois bem, não sei exatamente o por quê, mas estive pensando...

Estive pensando em como somos breves. Em tudo. Raramente nos aprofundamos em algo, raramente nos mostramos por inteiro, raramente assumimos nossas verdadeiras vontades e desejos e acabamos por viver assim, uma vida breve, sendo vivida brevemente. Escola, faculdade, emprego, casamento, filhos, netos, limitações... Gastamos o nosso (curto) tempo nos polindo, nos limitando e, pior, achando que é isso mesmo que devemos fazer. Não é. Sei que posso negar aqui anos de existência, mas, sinceramente, não acredito que o homem viva da forma como deveria.

Posso parecer hipócrita dizendo isso, já que sou dessa espécie e também vivo assim, mas não é bem hipocrisia. É vontade de mudança... que não consegue sair do papel. Não sei o quê fazer ou como fazer ou com quem fazer. Sei que algo deve ser feito. E acho que o primeiro passo a ser dado é esse, o resto vem com o tempo...vem a partir das atitudes que escolho tomar, das pessoas que escolho ouvir, dos valores que transmito e acredito. E eu acredito muito na transparência, nos sentimentos, na "insustentável leveza do ser" (Kundera, 1984).

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Feliz Ano Velho




"Meu futuro é uma quantidade infinita de incertezas. Não sei como vou estar fisicamente, não sei como irei ganhar a vida e não estou a fim de passar nenhuma lição. Não quero que as pessoas me encarem como um rapaz que apesar de tudo passa muita força. Não sou modelo para nada. Não sou herói, sou apenas uma vítima do destino, dentre milhões de destinos que nós não escolhemos. Aconteceu comigo. Injustamente, mas aconteceu. É foda, mas que jeito..."

(Feliz Ano Velho, de Marcelo Rubens Paiva)

quinta-feira, 9 de abril de 2009

A CURA DE SCHOPENHAUER

" O que mais temos? O que mais senão aquele abençoado e milagroso intervalo de ser e estar consciente? Se algo deve ser ser homenageado e abençoado, deveria ser apenas isso, a incalculável dádiva do mero existir. Viver desesperado porque a vida acaba ou porque não tem outra finalidade maior ou desígnio intríseco é pura ingratidão. Pensar num criador onisciente e dedicar a vida a um ajoelhar-se sem-fim parece sem sentido. Além de um desperdício: por que dar todo esse amor a um fantasma, quando há tão pouco amor em volta da Terra? Melhor aceitar a solução de Einstein e Spinoza: apenas inclinar a cabeça e bater no chapéu para as elegantes leis e mistérios da natureza, mas tratar de viver."

Irvin D. Yalom, A Cura de Schopenhauer, p.18

segunda-feira, 2 de junho de 2008

NÓS SOMOS AREIA

Sempre acreditei que o mundo dá voltas. Não só em torno do Sol, não. O mundo gira, e ele não pára pra gente descer caso nosso estômago embrulhe nem volta pra estrada certa quando pegamos aquele atalho errado. O mundo não se preocupa se você vai rir ou chorar, se você vai aprender ou continuar errando, se você vai ficar de queixo caído ou de cabeça doendo. O mundo apenas segue seu caminho, girando em torno do Sol e girando em torno de si mesmo. Nos 365 dias que ele gasta para completar sua volta, presenciamos a mudança das estações. Do verão pro outono, do outono pro inverno, do inverno pra primavera e da primavera pro verão. Há meses em que as árvores têm flores e a temperatura é quente. Há meses em que as árvores secam e a temperatura cai. No decorrer desses longos 365 dias, o mundo nunca se esquece de girar em torno de si próprio e não abre mão de seu satélite, a Lua, sempre lhe rodeando. A Lua tem suas fases, mas é ela a responsável pela luz quando o medo e as noites escuras chegam. Como é possível que esse universo inteiro, com um funcionamento tão impecável, tenha surgido apenas de poeira estelar? Será que usaram a mesma fórmula para gerar a vida, que assim como o mundo também dá voltas e também passa por verões e invernos, dias e noites? Será que todos nós, além de carne e osso, somos também poeira estelar? Acho que não temos sequer areia sob os nossos pés. Nós somos areia.

"O mundo é um milagre tão fantástico que, diante dele, a gente não sabe se ri ou se chora. Talvez as duas coisas ao mesmo tempo, o que não é nada fácil." (Jostein Gaarder, O Dia do Curinga)