- Quando?
- Quando? Quando o quê? Te fiz uma pergunta simples. Você é feliz?
- Esse é o seu tipo de pergunta simples?
- É.
- Ok, talvez seja simples mesmo. A resposta é que pode variar. Depende de como se olha para ela.
- Você é?
- Quando?
- Quando o quê? É ou não é?
- Não sei responder. Você pergunta se sou feliz e eu te pergunto quando.
- Me explica...quando o que?
- Quando me sinto feliz, sou feliz. Quando me sinto infeliz, sou infeliz. Mas por que você tá me perguntando isso?
- Ontem, quando cheguei em casa, percebi que você estava chorando. Tentou disfarçar mas estava, ou esteve, chorando...
- Ontem eu não era feliz, achei que devia chorar.
- E hoje?
- Sim, hoje sou. Estou bem. Só porque ontem chorei significa que sou infeliz?
- Então...
- Então nada. Você me vê chorando sempre?
- Não, você me parece quase sempre bem. Sorrindo, falando pelos cotovelos, cantando... até eu já não aguentar mais tanta cantoria. (risos)
- Então por que a indagação sobre minha felicidade?
- Porque quero a confirmação de que você está feliz.
- Tal como estou agora e estou quase sempre? As pessoas só pensam na felicidade alheia quando se deparam com a tristeza. E quando eu estou bem? Você se lembra de perguntar?
- Não, porque presumo que você está feliz quando está sorrindo.
- Pois você deveria saber que o pior tipo de tristeza é aquele que não vem acompanhado de lágrimas, mas de sorrisos.
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