quinta-feira, 9 de abril de 2009

A CURA DE SCHOPENHAUER

" O que mais temos? O que mais senão aquele abençoado e milagroso intervalo de ser e estar consciente? Se algo deve ser ser homenageado e abençoado, deveria ser apenas isso, a incalculável dádiva do mero existir. Viver desesperado porque a vida acaba ou porque não tem outra finalidade maior ou desígnio intríseco é pura ingratidão. Pensar num criador onisciente e dedicar a vida a um ajoelhar-se sem-fim parece sem sentido. Além de um desperdício: por que dar todo esse amor a um fantasma, quando há tão pouco amor em volta da Terra? Melhor aceitar a solução de Einstein e Spinoza: apenas inclinar a cabeça e bater no chapéu para as elegantes leis e mistérios da natureza, mas tratar de viver."

Irvin D. Yalom, A Cura de Schopenhauer, p.18