quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Felicidade não se compra

- Bom dia, em que posso lhe ajudar?
- Bom dia. Vocês têm felicidade?
- Tinha, mas acabou... O estoque nunca pára nas prateleiras.
- E você tem previsão de quando chega mais?
- A qualquer momento, não saberia lhe dizer ao certo.
[olhar desapontado]
- Mas quem sabe a senhora não leva esperança? Esta nunca está em falta.
- Pode ser...
- A senhora tem preferência de cor?
- Tem verde?
- Tem sim, é a mais popular. É para presente?
- Não, é pra mim mesmo.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Dúvida cruel

Por que a gente só percebe que o ano passou quando o calendário chega em dezembro?

Só pode ser algum tipo de distúrbio. Não sei vocês, mas eu sempre me desespero quando chega dezembro! Aliás, meu desespero começa mesmo quando os enfeites de Natal começam a brotar pela cidade... É sempre uma luzinha tímida ali, um papai noel pequeno aqui e quando eu assusto a cidade inteira já tá iluminada, tocando sinos e ecoando "ho ho ho" por aí!

É mágico e ao mesmo tempo pertubardor! Se imaginem nesta situação:

"Como assim nós já estamos em dezembro???
Abril acabou de terminar!!!
As férias de julho nem passaram...
O que eu fiz no meu aniversário mesmo?"

É fato, meus caros... como todas as coisas nesta vida, só realizamos e nos damos conta do ano que tivemos quando ele acaba! Não se assustem quando jájá estiverem levantando tacinhas e gritando Feliz Ano Novo, porque dezembro sempre chega.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

O que é o silêncio?

Nosso silêncio pode ser interno ou externo, penso eu, de um modo em que o silêncio externo é quando o mundo se cala pra nós, como se assim quisesse nos mostrar o quão alto grita nossa alma. E o interno é quando nós nos calamos para o mundo, como se assim quiséssemos mostrar o quanto pesa nossa ausência de barulho interior.

É isso mesmo?

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Caio F.

"Não muito confuso, assim confrontado com sua explícita incapacidade de lidar com. A palavra não vinha. Podia fazer mil coisas a seguir. Mas dentro de qualquer ação, dentes arreganhados, restaria aquela sua profunda incapacidade de lidar com. Um instante antes de bater outra, colocar uma velha Billie Holiday e sentar na máquina para escrever, ainda pensou: gosto tanto de você, baby. Só que os escritores são seres muito cruéis, estão sempre matando a vida à procura de histórias. Você me ama pelo que me mata. E se apunhalo é porque é para você, para você que escrevo — e não entende nada."

http://semamorsoaloucura.blogspot.com/2007/07/anotaes-insensatas.html




Pra sempre o Caio vai ter um lugar no meu tempo e na minha vida conturbada.
Simplesmente para lê-lo e sentir que alguém no mundo já conseguiu escrever exatamente o que eu queria, mas não consegui.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

FUTURO

(...) Elas não estavam no meu roteiro. Não estavam no meu futuro. O que era o futuro? O futuro era uma parede sólida, nem promissora, nem ameaçadora - puro palavrório. Nenhuma garantia de nada, nem mesmo a garantia de que a vida não seja uma grande piada.


(Bob Dylan)

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Dia das crianças

E quem disse que eu não posso ser uma também?
Qua saudade de acordar nesse dia tão mágico e achar presentes na beirada da minha cama. Os presentes nada tinham de especiais, eram sempre pequenas lembrancinhas, mas que me faziam imensamente feliz. Engraçado como é o tempo. Naquela época eu ficava feliz com coisas tão banais, tão simples e tão singelas. Parece que quanto mais o tempo vai passando, mais vai se tornando dificil ficar feliz.
As preocupações aumentam, os problemas, as lamúrias... tudo fica maior e quase não sobra espaço pra ser, de fato, feliz. E a gente entra num ciclo tão vicioso e tão cômodo que nem percebe! O nome desse ciclo é rotina, e acho que é por isso que a infância é tão sublime pra mim. Porque ser criança significa não ter rotina. Significa ser sensível, ser observador, ser aberto. Significa ter o desconhecido na palma das mãos.
E como eu gosto de tudo que é desconhecido, misterioso, distante...
O segredo está em sim, continuar com a nossa rotina diária, mas tratar de impedir a rotina de pensamentos, de sonhos, de idéias.

Meu nome é Juliana e minhas concepções mudam de hora em hora. Quero voltar a ser criança. Vamos procurar tatu-bolinha comigo?

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

EM OUTRAS PALAVRAS...

Pra complementar o que eu falei, ou pra dar mais sentido, ou pra simplesmente constar aqui.

"Eu não procuro me compreender. Não sei se vou gostar do que vou encontrar e não sei se irei ter vontade ou necessidade de mudar o que não gostar. A mágica de viver é aprender a perceber facilmente tudo que rodeia meu exterior, pois é muito mais fácil mudar os outros que a mim mesmo, ao invés de me perder olhando para dentro, buscando algo que pode nem existir."

Paulo Siebra

ANH?

Acho que para me entender por completo é preciso ter uma certa dose de loucura. A mesma que me nego às vezes, em susto, após atravessar um imenso e monótono cotidiano, andando pelos meus labirintos coloridos desse meu interior sempre previsto, sempre previsível, embora absurdo.

Faz algum sentido? Prefiro assim...

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

SAPO ENGORDA

Incrível. Foi só parar de engolir alguns sapos que comecei a perder peso.
Sapos são gordurosos, calóricos, asquerosos e alguns podem ser até venenosos.

Aqui vai uma dica: excluam os sapos de suas dietas. JÁ! Experiência própria!

terça-feira, 8 de setembro de 2009

NÓS POR NÓS MESMOS

Eu tava pensando aqui comigo mesma, agora mesmo, e resolvi escrever, já que sobrou um tempinho nessa manhã. Então, eu tava pensando aqui comigo, no porquê de sempre jogarmos a responsabilidade de ser feliz em cima de algo ou de alguém. Nunca dá certo, tudo sempre se desfaz e a gente fica parecendo pequeno demais diante de tanto sonho, de tanta vontade, de tanto sentimento, de tanta expectativa. Não paramos pra pensar que talvez o problema more aí, em jogar a responsabilidade de ser feliz no outro. Não pode ser assim.

Que tal simplificar?

Ninguém é responsável por ninguém, muito menos por seus sentimentos. Ninguém tem esse direito sobre as pessoas, de fazer brotar algo onde o solo simplesmente não é fértil. Não é assim. Sabe o que me faz acordar todas as manhãs com um sorriso estampado na cara? Saber que EU tenho a responsabilidade de ME fazer feliz. Eu tenho a obrigação de ME sentir bem, de ME realizar, sem precisar depositar esse dever em alguém. Por isso, tome nota aí, você é responsável por aquilo que sente. Seu coração, sua vontade, seus sonhos, sua vida, são só seus e de mais ninguém. Isso mesmo. No fundo, lá no fundo, a gente sempre tem culpa. E que bom que a culpa é nossa. Pelo menos podemos NOS perdoar sem depender do outro. (Chega de depender do outro!). A gente se perdoa e pronto, instantaneamente as coisas se resolvem.

Afinal, nem tudo pode ser como a gente quer, nem tudo sai como a gente espera, mas isso não quer dizer que não valha a pena.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

A DESPEDIDA

"Eu estou indo" - disse o Medo, arrastando a sua mala para o corredor.
"Isso significa que eu não terei mais medo?" - perguntei.
"Não é bem assim" - disse o Medo, "a Apreensão decidiu ficar".
Eu sorri, desejei ao Medo tudo de bom e o olhei abrir a minha porta da frente, bastante anisoso.
"Talvez algum dia te veja novamente" - disse ele quase sorrindo enquanto se dirigia para o táxi.
"Talvez" - eu disse, não querendo ser rude.
E então ele se foi.

Fechei a porta, respirei fundo e sorri, apreensivamente.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

GRITOS

Há pouco tempo, o Gabriel começou a gritar. Sim, a gritar. Fiquei me perguntando onde ele havia aprendido isso. Será que foi no convívio, me vendo gritar de brincadeira? Ou isso não tem nada a ver?

Ser mãe de primeira viagem tem dessas coisas. De repente seu filho começa a fazer algo e você não sabe lidar com aquilo. Os gritos se encaixam nesse quesito. De verdade, eu não fazia ideia que um bebe pudesse gritar com tanto vigor. E o mais interessante é que não existe um manual onde a gente possa olhar e descobrir a resposta para esse comportamento.

Às vezes acho que os gritos funcionam como uma forma de chamar a atenção. O Gabriel quer que eu olhe pra ele, brinque, coloque no colo, saia com ele pela casa afora… E, não muito raramente, ele grita porque está irritado, com sono ou entediado.

A maternidade aprimora o simples exercício da observação. Não dá para concluir que ele está berrando apenas porque quer fazer birra. Existe uma porção de significados. E é preciso perceber, ponderar, seguir a intuição.

Hoje cedo, enquanto eu trocava minha roupa, coloquei o Biel no berço. Em menos de dois minutos, o quarto se transformou em um caos. Ele berrava e jogava tudo no chão. Respirei fundo, carreguei "a fúria" pra minha cama, espalhei os brinquedos e deixei que ele ficasse ali a me observar. Sucesso! Eles se acalmou na hora. Só queria, afinal, ficar perto de mim. Mas, vale saber, essa fórmula não funciona sempre.

Como eu disse é um aprender constante. E um perceber também.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

SONHOS

Sonhos, todos têm o seu.
Alguns bons, alguns ruins... Alguns que você desejaria esquecer.
Algumas vezes percebe que os superou.
Algumas vezes sente que estão finalmente se tornando realidade.

E, infelizmente, alguns de nós só têm pesadelos. Mas quando a manhã chega, não importa o que você estava sonhando... a realidade se intromete e o sonho começa a escapar.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

FUTEBOL

"Sim. Estou triste, mas não há motivo para choro (até porque choro é coisa de atleticano sendo rebaixado pra segunda divisão e tomando goleada de 5x0).

O nosso sentimento de tristeza, diferentemente do que alguns possam pensar, não é pela derrota da partida de ontem, mesmo porque não se pode chamar de derrotado um time cujo futebol foi superior durante toda a competição e que demonstrava, acima de tudo, vontade e gana de vencer.

A tristeza é pelo fato de ter sido frustrada a chance de ver de novo nosso time ser campeão. Infelizmente, dessa vez não deu. Encontramos um adversário aguerrido, às vezes desleal, mas dono de um craque que fez a diferença: Juan Sebástian Verón.

O que resta dizer é parabéns ao Estudiantes de La Plata, pelo título. E parabenizar também o Cruzeiro, por toda garra e força que mostrou durante o tempo todo."

sexta-feira, 10 de julho de 2009

CONTO COM VOCÊS

Ter um filho é entrar de cabeça em um ciclo vicioso de cansaço. Quando dormimos, passamos o dia inteiro por conta de lavar roupa, passar roupa, catar brinquedo, correr atrás o tempo todo, dar comida, fazer comida, etc. E quando o dia é mais tranquilo, os danados dão um jeitinho de fazer da noite uma folia.
Por conta disso, se tem uma coisa realmente bacana que a maternidade me ensinou foi aprender a pedir ajuda. E olha que sou péssima nisso...
Eu não tenho como arcar com as despesas e ter uma babá por 24 horas. Então, preciso contar – e muito – com a ajuda da minha mãe, da minha sogra, da minha irmã, dos cunhados... e, essencialmente, do meu namorado.

Esse post é só pra dizer um muito obrigada.
Eu valorizo muito o que todos vêm fazendo por mim...

Beijos

terça-feira, 30 de junho de 2009

GOSSIP GIRL

"Dizem que não importa a verdade, as pessoas veêm o que querem ver. Algumas pessoas podem dar um passo pra trás e descobrir que estavam olhando para o mesmo quadro o tempo todo. Algumas pessoas conseguem ver o que estava à sua frente o tempo todo. E ainda há aquelas pessoas que correm o mais rápido que podem, apenas para não terem que olhar para si mesmas.

E quanto a mim? Eu posso ver claramente agora.

Xoxo
Gossip Girl"

quinta-feira, 25 de junho de 2009

SOBRE O AMOR

Esse texto foi escrito pelo João, pra mim, e tenho o maior prazer de postá-lo aqui e dividir com vocês todo esse sentimento, porque não cabe mais em mim.

"Lembro como se tivesse sido ontem, deitado olhando praqueles olhos que tanto admirava anonimamente na sala de aula enquanto ela nem notava que eu estava lá. Olhava e pensava, muito. Ouvindo uma música de uma banda que não gosto, e adorando, deitado desconfortavelmente e amando estar lá. Simplesmente por causa da dona dos olhos. Por mais nada e mais ninguém. E foi admirando-a e pensando que saíram palavras que até então considerava impossíveis de me ouvir dizer. Tomei fôlego, comecei a suar frio. Minha mão tremia e meu coração acelerou. Com a boca seca de tanto nervosismo, falei com muito medo da resposta: “Jú, quer namorar comigo?”. Os sorrisos e o silêncio que se seguiram, ainda deixaram um gosto de dúvida em mim, porém em pouco tempo ela me beijou e com o mesmo sorriso de antes disse “Claro”. Não consegui pensar em mais nada, só fechei os olhos bem forte e devolvi o beijo, mais intenso e eufórico do que nunca.
Hoje, dois anos mais tarde, essa cena está perfeita em minha memória, como um filme. E a partir dela que a mesma sensação de produção fonográfica passa pela minha imaginação. Nunca fui de viver o passado ou o futuro, mas como é notado por todos, você, meu amor, me mudou demais. E eu simplesmente fico melhor lembrando nosso recente passado, ou vivendo nosso fantástico presente e mesmo que evitando, ansioso, pensando no futuro. Posso estar em qualquer estado, pensar em você sempre me faz sorrir e saber que, no fundo, está tudo bem. Que todos os problemas que passamos e estamos passando não são nada se comparados ao que temos. Podemos não durar pra sempre nessa condição, mas enquanto nos encontramos nela, não tenho medo em te amar demais e querer que você saiba disso. Dois anos, dois aniversários, uma história. Desculpa amor, mas te desejar um simples ‘parabéns’ ou ‘felicidades’ não são, e nunca vão ser suficientes pra mim. Por você, não me importo em ficar no clichê. Amo-te, por tudo, simplesmente, grosseiramente, inteiramente, incrivelmente, te amo. Parabéns, e felicidades, mojim."


Mal sabe ele que o melhor presente que eu podia ganhar, dois dias depois do aniversário, eram essas palavras.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

2.1

Hoje é dia 22 do mês 06, meus números preferidos em qualquer situação desde que sou pequena. Como todos estão fazendo, também tenho direito de me desejar várias coisas!! Me desejo muito amor, em primeiro lugar... acho que preciso dele mais do que qualquer coisa pra viver bem! Em segundo, quero muita saúde! Desejo também muito céu azul e muito por-do-sol pra mim... muita festa e muito sossego. Amigos verdadeiros e de longa data (isso eu já tenho, desejo mantê-los). Quero muito carinho, muito beijo e muito abraço das pessoas que gosto. Quero poder comemorar mais muitos outros aniversários sem me assustar porque os anos estão passando (tenho muito medo de envelhecer). Quero um cantinho que seja meu e que tenha muitas coisas bonitas, tipo panelas coloridas e muitos quadros espalhados. Quero viajar pra vários lugares diferentes e exóticos, mesmo que continue no mesmo lugar. Dinheiro é uma boa, mas acho que isso só depende de mim mesma!

Meu saldo de presentes foi super positivo!! Não quero trocar (quase) nada!
- uma blusa;
- um cachecol;
- uma jaqueta;
- um sutiã;
- um livro;
- um relógio;
- uma bota;
- uma pantufa;
- um pijama;
- várias maquiagens;

e... o melhor...
- um perfume LIGHT BLUE!

Quero agradecer todo mundo! Amei... :)
As mensagens, as palavras, ligações, TUDO!
PARABÉNS PRA MIM...

segunda-feira, 11 de maio de 2009

ESTAMIRA



Hoje fui contemplada com a oportunidade de assisir ao filme/documentário Estamira. E como fiquei encantada com ele, o documentário, e com ela, a protagonista.

Estamira é uma mulher que vive num lixão no Rio de Janeiro. Possuidora de uma incrível articulação para a fala, ela constrói uma narrativa que, apesar de parecer distoricda e totalmente ilusória à primeira vista, é cheia de verdade e conhecimento. Estamira divaga sobre o homem em sua pior forma, na forma de mentiroso, hipócrita, "esperto ao contrário", assaltante. Divaga sobre sua descrença em Deus, sobre a química do lixão, sobre o atendimento médico que recebe, sobre sentimento e emoção. Tudo acompanhada de muito humor, raiva, choro e gritos, simultaneamente.

Estamira é filósofa, guerreira, louca, lúcida e feiticeira, Estamira é várias mulheres em uma. Ela é o que é e não abre mão disso. O documentário acaba com ela em frente ao mar, dizendo:

"Sabia que tudo o que é imaginário existe? E é? E tem?"

Diante disso, fica a pergunta:
Quanto de loucura há na suposta lucidez e quanto de lucidez há na suposta loucura?

terça-feira, 5 de maio de 2009

NOVA CARA

Mudei o layout completamente e o blog tá com outra cara.
Gostaram?

ALGUMAS PERGUNTAS

Fiz um texto sobre mim mas decidi que não quero colocá-lo aqui. Caí em tantas contradições e nem sei mais se concordo com o que escrevi a minutos atrás. Tenho medo de que o que eu escrevi seja só minha vontade ser o que está ali no papel. Tenho medo de que eu realmente seja aquilo o que escrevi. Tenho medo de tentar me definir e parecer limitada. Tenho medo de descobrir que na verdade eu não me conheço e que nem sobre mim sei escrever. Tenho tantos medos e ao mesmo tempo tenho tanto pra não temer.

O que há de tão contraditório na existência?
O que há de tão real na contradição?
Por que há tanto limite na definição?

Será que somos todos compostos disso? Carne, ossos, órgãos, correntes elétricas e poeira estelar?
Hoje, sou só perguntas... quem sabe amanhã, respostas.

domingo, 3 de maio de 2009

NUVENS


Eu vivo nas nuvens. Acho que a realidade não é pra mim. Dizem sempre que é melhor eu descer, que as nuvens não são lugar para as pessoas crescidas viverem. Eu apenas sorrio pra estas pessoas e para os seus conselhos. Talvez algum dia, eu disse talvez algum dia eu desça. Mas eu sei que nunca irei. Realidade não é pra mim. Prefiro ficar aqui por cima, a visão é de tirar o fôlego.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

A CURA DE SCHOPENHAUER

" O que mais temos? O que mais senão aquele abençoado e milagroso intervalo de ser e estar consciente? Se algo deve ser ser homenageado e abençoado, deveria ser apenas isso, a incalculável dádiva do mero existir. Viver desesperado porque a vida acaba ou porque não tem outra finalidade maior ou desígnio intríseco é pura ingratidão. Pensar num criador onisciente e dedicar a vida a um ajoelhar-se sem-fim parece sem sentido. Além de um desperdício: por que dar todo esse amor a um fantasma, quando há tão pouco amor em volta da Terra? Melhor aceitar a solução de Einstein e Spinoza: apenas inclinar a cabeça e bater no chapéu para as elegantes leis e mistérios da natureza, mas tratar de viver."

Irvin D. Yalom, A Cura de Schopenhauer, p.18

sexta-feira, 27 de março de 2009

QUESTÃO EXISTENCIAL:

Existe o doce sem o sal?

quinta-feira, 19 de março de 2009

UM ANO E DEZ MESES

O João me disse que hoje, por conta do nosso aniversário de namoro, procurou na internet algo que tivesse sido feito no período de 1 ano e 10 meses e não conseguiu encontrar nada. "Deve ser porque é pouco tempo..." ele justificou.

Terei que discordar.

Pra começar, várias coisas podem ser criadas em um período de 22 meses. O broto do feijão no algodão demora apenas dois dias pra nascer. Uma viagem de férias dura geralmente um mês, e ainda assim é muito gratificante. Uma vida fica pronta para nascer depois de apenas 9 meses. Conseguimos completar uma série na escola com apenas um ano. Com um ano e meio uma criança já anda e fala.

1 ano e 10 meses é muito tempo, meu amor. Foi durante esse tempo que nos conhecemos, nos respeitamos, nos amamos. Foi nesse "pouco" tempo que aprendemos várias coisas juntos, que tivemos um filho, que superamos nossas expectativas. Foi assim e com este tempo que nos foi dado que nos tornamos o que somos hoje. É claro que comparado ao tempo que ainda nos resta, bem, 1 ano e 10 meses são realmente um curto prazo. Mas não diz que é pouco. Porque é muito!

1 ano e 10 meses são 22 meses.
22 meses são 88 semanas.
88 semanas são 616 dias.
616 dias são 14784 horas.
14784 horas são 887040 minutos.
887040 minutos são 53222400 segundos.
53222400 segundos é tempo de sobra.

Eu fico feliz de ter passado esse monte de segundos ao seu lado! E lembre-se que o que você não achou no Google procurando "coisas feitas em 1 ano e 10 meses" estava bem na sua frente: NÓS!!

segunda-feira, 2 de março de 2009

INFINITO PARTICULAR

São nas idas/voltas da faculdade que tenho um tempinho pra relaxar a cabeça e pensar. Vou e volto ouvindo meu mp3 e, às vezes, só pra passar o tempo, fico analisando as letras das músicas que tocam aleatoriamente. Geralmente eu nunca consigo analisar nada e o tempo não passa. Mas outro dia, quando tocava "Los Hermanos - Retrato pra Iaiá" me peguei balançando a cabeça e discordando de Camelo e Amarante. Me desculpem, meus queridos, mas qual é a graça de ter uma "moldura clara e simples e ser só aquilo o que se vê"? Cadê o mistério? Não vejo nenhuma vantagem em ser assim, tão fácil de ser decifrada. E, cá pra nós, nenhum ser humano é tão claro e tão simples assim - ainda bem!

Acaso ou não, logo depois de Los Hermanos veio a linda Marisa Monte, com "Infinito Particular". Acho inteligentíssima a maneira como ela consegue se colocar transparente, imperfeita e até mesmo fácil de ser lida e ainda assim pedir, gentilmente, pra que a gente não se perca no seu infinito particular. É exatamente isso que somos. Vários pedaços simples que formam uma obra de alta complexidade.

A questão não é ser (ou não) transparente e claro. A questão é que nenhuma personalidade (que se preze) possa caber num retrato-falado. Há sempre mais e mais a ser descoberto, pelos outros e por nós mesmos. Quem aí nunca se surpreendeu ao descobrir ser mais tímido que extrovertido? Ao sempre dizer que não se emociona fácil e chorar naquele filme?

Ninguém, nunca, consegue se mostrar por inteiro. Mas isso também não quer dizer que somos mascarados ou que nos escondemos. Continuando com Marisa, "é só mistério, não tem segredo". E lembrem-se que a transparência não é um defeito, só não pode ser confundida com a falta de conteúdo.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

SER MÃE

Antes de ser mãe eu fazia e comia os alimentos ainda quentes.

Eu não tinha roupas manchadas.
Eu tinha calmas conversas ao telefone.

Antes de ser mãe eu dormia o quanto eu queria e nunca me preocupava com a hora de ir para a cama.
Eu não me esquecia de escovar os cabelos e os dentes.

Antes de ser mãe eu não tropeçava em brinquedos pela casa nem pensava em canções de ninar.

Antes de ser mãe eu não me preocupava se minhas plantas eram venenosas ou não. Imunizações e vacinas eram coisas em que eu não pensava.

Antes de ser mãe ninguém vomitou nem fez xixi em mim, nem me beliscou com dedinhos de unhas finas.

Antes de ser mãe eu tinha controle sobre a minha mente, meus pensamentos, meu corpo e meus sentimentos.

Antes de ser mãe eu nunca tive que segurar uma criança chorando para que médicos pudessem fazer testes ou aplicar injeções.
Eu nunca chorei olhando pequeninos olhos que choravam.
Eu nunca fiquei gloriosamente feliz com uma simples risadinha.
Eu nunca fiquei sentada horas e horas olhando um bebê dormindo.

Antes de ser mãe eu nunca tinha segurado uma criança só por não querer afastar meu corpo do dela.
Eu nunca senti meu coração se despedaçar quando não pude estancar uma dor.
Eu nunca imaginei que uma coisinha tão pequenina pudesse mudar tanto a minha vida.
Eu nunca imaginei que pudesse amar alguém tanto assim.
Eu não sabia que eu adoraria ser mãe.

Antes de ser mãe eu não conhecia a felicidade de alimentar um bebê faminto.
Eu não conhecia esse laço que existe entre a mãe e a sua criança.
Eu não imaginava que algo tão pequenino pudesse fazer-me sentir tão importante.

Antes de ser mãe eu nunca me levantei à noite a cada 10 minutos para me certificar de que tudo estava bem.
Nunca pude imaginar o calor, a alegria, o amor, a dor e a satisfação de ser uma mãe.

Eu não sabia que era capaz de ter sentimentos tão fortes.

Por tudo e, apesar de tudo, obrigada Gabriel, por eu ser agora um alguém tão frágil e tão forte ao mesmo tempo. Obrigada por me permitir ser Mãe!

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

FILOSOFANDO...

Ontem foi meu "primeiro" dia de aula. Depois de seis meses longe, foi ótimo voltar e ver que nada ali saiu do lugar. As mesmas pessoas, os mesmos professores andando pelos corredores, a mesma multidão reunida no bar em frente. Foi como se o tempo não tivesse passado e eu também não tivesse mudado.

Ontem e hoje tive aulas de Filosofia. Ótimas, por sinal! Foi lá, ouvindo os dizeres do meu professor mau-humorado e discrente do ser humano, que comecei a pensar no que escrevo aqui agora. Ele me fez pensar no homem e na nossa espécie de um jeito que eu nunca havia pensado antes. Marquei o "x" no curso Psicologia e agora estou realmente começando a entender porquê.

O ser humano é o objeto de estudo mais complexo e mais obscuro que existe! E eu tenho uma certa queda por tudo que não é claro e explícito. Por tudo que não se comprova apenas em teorias e contas no papel. O ser humano é totalmente moldado pela circunstância que o cerca. Damos a nossa verdade como verdadeira e quem vive no Iraque, Japão, Pólo Norte ou logo aqui no sul de Minas que se dane! Somos tão egoístas e mesmo assim tão adoráveis. Temos a cara e a coroa no mesmo lado da moeda.

A vida só é cruel porque é fundalmentamente assassina. Às vezes é preciso matar para viver. Mas mesmo assim, eu me pergunto: Como é que pode o ser humano ser a única espécie dotada de consciência e, ao mesmo tempo, ser o único animal da face da Terra que consegue destruir seu semelhante e se auto-destruir?

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

28 . Agosto . 2008

"Hoje foi dia de consulta com o Dr. Reinaldo! Tá tudo ótimo comigo e com o Gabriel. Ele disse que até o dia 10 de Setembro esse meninão já deve ter nascido. Talvez eu tenha que fazer cesárea por causa do tamanho dele, too big...
Queria fazer parto normal, porque a recuperação é mais rápida e tranquila... mas tudo bem se tiver que ser cesárea, o que for melhor para nós eu topo!
Esse sábado, dia 30, tem mudança de lua e o Dr. reinaldo disse que isso pode influenciar no nascimento! Espero que Gabriel se empolgue e resolva nascer este fim de semana - como eu e minha cunhada, Julieta, já havíamos combinado.
Agora só estamos na espera, e parece que o Biel sabe disso... acaba de me chutar aqui, como quem diz: - Tô chegando!!"

Registro do meu diário pessoal no dia 28/08/08. Gabriel nasceu dia 30, como o combinado!
Desde sempre pontual e muito obediente... é isso aí filhão!

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

3 MINUTOS

Às vezes me sinto meio anti-social. Meio morna, não-dona de mim. Ando meio distante do que me faz voar e a casa onde eu moro nem me parece lar. Acho que sinto falta de alguém pra brincar, alguém que ainda escreva poesia e que goste de colorir. Às vezes fico querendo sorrir sem motivo.

Acho que aceitar e engolir demais tem me feito gorda. Preciso deixar de lado os fatos e partir para os sonhos - os possíveis de serem reais, é claro. Acho que devo me atirar mais. Me enferruja tanta inércia, tanta lentidão.

Isso sem falar nessa solidão esquisita que às vezes cisma de me engolir sem mastigar, ela quer me comer sem nem me convidar pra jantar (vê se pode). Às vezes ainda explode em mim uma coisa que se parece com uma esperança de futuro melhor misturada com essa impaciência com o presente.

Fico aflita, sinto pena de mim mesma e me calo.
Então escrevo. Ou choro. Ou os dois. Ou nada.
E depois de 3 minutos, passa...

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

DEVANEIOS


Duas da manhã.
Você se vê frente a frente com a geladeira aberta, olhando cada uma das coisas sem desejar realmente nenhuma delas. Dúvida entre os sabores. Por fim, você decide que quer chocolate, mas o chocolate acabou.

Pois é, opção pelo que não há.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

AH, SE VOCÊ LESSE ESSE TEXTO...

Ahh se você soubesse o quanto eu tenho precisado do seu abraço. Se você fizesse idéia de como eu tenho precisado do seu colo e do seu aconchego, dessa parte da minha calma que mora em você, na sua pele. Sei lá, essa coisa minha que não tem nome, que só sossega com seu cheiro, com seu toque. Não sei explicar o que é saudade, nem sei falar da ausência, mas é que daqui não dá pra ver o seu sorriso...cadê ele?? Cadê você?

Ahhhh se você soubesse o quanto eu tenho precisado do embolo dos nossos corpos nas manhãs de domingo. De como eu preciso te olhar dormindo e lembrar da criança que sou, só pra ter essa certeza que tenho, de como é bom ser sua.

Ai, se você soubesse...

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

4 MESES

O Biel completou seus quatro meses no dia 30 de dezembro. Não postei no dia certo devido à correria do ano novo, natal, etc. Hoje está tudo mais calmo e resolvi escrever pra não deixar passar em branco, mesmo que esteja um pouco atrasada!

Tenho que dizer que a cada dia que passa este menino fica mais lindo (e não é corujice de mãe, é a mais pura verdade). Mais lindo, mais esperto, mais amoroso, mais carinhoso, mais malandreco e mais dependente da mamãe. E eu gosto tanto, apesar do trabalhão!
Nesses quatro meses, o Biel:

- Adora companhia e conversa. Se quebra de falar/gritar com a gente e com os brinquedinhos;
- Já tem o sorriso fácil, é uma verdadeira e autêntica mala-velha. É só dar corda e já vai se abrindo aquele sorrisão gostoso que alegra até o último fio de cabelo;
- Começou a estranhar os outros, acho eu... é só falar mais grosso ou ver alguém que não conhece para fazer uma cara seríssima e armar logo o beicinho;
- Descobriu suas mãos, que são ótimas para serem levadas à boca, e os pés, que já está quase conseguindo segurar;
- Continua a mamar só no peito. Quando sente o cheiro de leite ou vê que estou me preparando para amamentar, já começa a abrir a boquinha e a procurar o bico. Rs, tão lindo que só ele!
- Continua a dormir a noite toda... a mamãe agradece!
- Adora o banho!! E agora tudo o que está ao redor da banheira também toma banho... aprendeu a bater as perninhas e na hora de virar só quer saber de tentar ficar em pé;
- Adora estar peladinho e sem fralda (as avós que o digam). Começa a sorrir, a falar... não sei, é uma alegria que só presenciando pra saber!
- Já se vira sozinho e a cabecinha assim, sempre em pé;
- Faz menos cocô e, novamente, a mamãe agradece!


Na verdade, a mamãe agradece por tudo! Dizem que ser mãe é padecer no paraíso. Bem, ainda não padeci.... mas estou sim no paraíso! Com toda certeza!

domingo, 4 de janeiro de 2009

DOISMIL INOVE

E a gente, crente que ia dar pra fazer mais, quando viu já tava de roupa branca, fazendo contagem regressiva, vendo rolha de champanhe voar, levantando taça, fazendo brinde e gritando viva. Tudo assim, tão repentino. É mais um ano que termina. Menos um ano que começa. Quero falar dele. Falar desse, que mesmo que esperado, chegou tão de repente.

Pra começar, Nesse eu quero ser menos vaidosa e menos crítica comigo mesma. Não quero ser refém dos meus preconceitos, tantas vezes desfeitos e refeitos, mas sempre eleitos como inúteis. Quero me livrar das coisas fúteis (e isso inclui pessoas). Quero ser mais palhaça e menos pomposa, ter mais prazer no meu prazer. Apenas viver e ser. Pagar pra ver o que eu sou e só.

Nesse, eu quero me exercitar mais. Acordar e dar aquela esticada. Sair para caminhar e reorganizar as idéias. Quero apertar os laços com quem está amarrado em mim. Talvez alugar um apartamento, comprar uma cama de casal, escrever outro diário. Talvez ir pra praia, ou pro interior, ou simplesmente viajar... mesmo que no mesmo lugar.

Nesse novo agora, quero aprender a jogar direito o meu futebol, sem estar demais na defesa ou demais no ataque. Não quero ser santa tanto quanto não quero ser pecadora. Quero uma bebida que me aqueça, mas que não me deixe com amnésia e faça com eu me esqueça de quem eu sou quando estou sóbria. Talvez eu queira apenas uma tequila e dor de cabeça no dia seguinte.

Quero chegar inteira até o fim Desse. Quero ir até o fim assim. Quero voltar pra faculdade e aprender coisas novas. Quero fazer caminhos diferentes. Conhecer pessoas diferentes. Ver filmes diferentes. Quero apostar em mim e ganhar. Quero possibilidades. Não quero tanta rotina. Quero defender minha opinião sem ser arrogante. Não quero ser ingrata.

Nesse, eu quero tudo e quero nada.
Quero que o futuro chegue rápido, sem me esquecer do presente (que já chegou)!


Um ótimo 2009 pra você.