terça-feira, 27 de setembro de 2011

Para quando a insônia chegar

Tava relendo os posts deste blog e acabei chegando até o primeiro texto que escrevi. Não, de fato, o primeiro texto da minha vida, mas o primeiro que postei aqui. Fiquei pensando, tentando lembrar do que se passava na minha cabeça quando resolvi criar esse espaço.

Lembrei de algumas noites sem dormir, nas quais eu simplesmente deitava a cabeça no travesseiro e o sono não vinha. Ou às vezes o sono tava ali, e eu só não conseguia parar de pensar. Uma dessas noites quando a gente sempre quer alguém só pra conversar, só pra deixar sair um monte de abobrinhas e conseguir dormir tranquilo. Eu pensava, pensava, rolava na cama, pensava, olhava o celular, pensava, suspirava, mudava de posição.... e nada! Até quando chega aquele momento que você perde a paciência e, por falta de opção, vai escrever.

Sei que tenho um anseio muito grande de soltar pra fora tudo que há guardado em mim e, por mais que eu converse muito (e olha que converso mesmo!), nem sempre consigo falar o que realmente tenho vontade. Então, que fique clara a humilde existência desse blog: é pra quando a insônia chegar, e eu tenha algo a fazer além de me entupir de remédios.

(Mesmo que essa 'insônia' decida chegar às 08h23 da manhã).

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Sobre percursos e sonhos

Quando eu era criança, sonhava em ter 18 anos. Parece bobo dizer isso agora, mas acho que muita gente compartilhava comigo esse mesmo sonho. Não sei exatamente por quê, mas achava que aos 18, completando a tão esmerada maioridade, as coisas que eu desejava iam se realizar mais facilmente. Tudo parecia ser possível pra mim.

Não foi.

Cresci, soprei 18 velhinhas e acordei no dia seguinte com uma sensação estranha de que nada havia mudado. A gente tende a acreditar, sabe-se lá o motivo, que depois de realizarmos alguns sonhos, ou chegarmos aonde queríamos, que as coisas vão mudar sozinhas, que tudo vai andar no seu próprio caminho sem esforços ou dificudades. Ledo engano.

É nessa hora que nos enxergamos mais apavorados e sem rumo, como se não tívessemos nos programado para o depois. O importante era chegar lá, mas agora que estou aqui, o que fazer? Nunca se sabe. É uma grande inocência acreditar que grandes mudanças serão pra sempre grandes mudanças. Depois que acontecem, bate aquele vazio. E agora? O que eu quero? O que vou fazer com isso?

Dizem que quanto mais você se realiza, mas insaciado você se torna. E eu não acreditava nisso, até perceber que todas as minhas realizações, que antes pareciam tão promissoras e cheias de potencial, na verdade não fizeram grande diferença na minha vida. O que fez diferença, na real, foi tudo o que aprendi durante o percurso todo. Aquelas pequenas grandes coisas que você aprende, que te fazem ser quem você é e te fazem acreditar no que você acredita, mas que não paramos para notar. O que importava era chegar lá.

Estamos muito preocupados em realizar, conseguir, fazer e acontecer.

Uma dica sincera de quem vos escreve: não se preocupem com isso! O que você consegue é só um resultado de tudo o que você mesmo fez. Dê valor aos percursos, às dificuldades, ao aprendizado disfarçado de impossibilidades. É aí que moram as verdadeiras mudanças.