sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Morte



O ponto final sempre chega. A morte é infalível. As pessoas morrem. Ponto. Parágrafo.

Não que a gente se lembre disso sempre. Eu acho na verdade que fazemos questão de esquecer. Quando morre uma Dercy Gonçalves da vida, símbolo de longevidade, me pego matutando ali por uns cinco minutos (com direito a toda aquela sensação de garganta entalada e frio na espinha característicos do excesso de consciência), imagino como será quando eu morrer e como as pessoas que convivem comigo irão levar a vida sem mim. Eis que cai a minha ficha... tudo há de correr perfeitamente sem a minha presença, a normalidade deve se restabelecer alguns dias depois do primeiro verme beliscar minha carne podre. Mas, felizmente, esses devaneios tolos passam depressa. Santo computador, internet, facebook, música... ah, maravilha, salva da lucidez por mais algum tempo. Mas ela volta.

Às vezes é confortável pensar na morte como a visita de uma caveira mal-encarada, portando uma foice, sedenta por almas, talvez com alguma compaixão, além de certa repulsa pelo trabalho monótono, eterno. Pensemos bem, sua situação não é muito melhor que a nossa. Apesar de ser imbatível e eterna, a morte é para sempre morte.

Se nossa vida na Terra existe para forjar algum sentido, alguma filosofia, algumas igrejas, a pobre coitada da morte tem a certeza de caminhar rumo algum para a existência. E sabe desde sempre. Não deve ser fácil não fazer nenhum sentido eternamente.

O ser humano é um fanfarrão, e é um ingênuo. Convencido de sua própria grandeza, acredita ser a obra-prima da Criação. Foge covardemente da sua angústia, driblando sua condição miserável e impotente, vivendo como o protagonista de um espetáculo particular sem roteiro muito definido. No fundo somos todos imortais, pelo menos enquanto não paramos de respirar.

Ou até que nos visite a caveira entediada, batendo ponto no serviço.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O surto

Sabe que eu cansei? Cansei de não-reclamar.

Hoje eu tava pensando naquela louca da Colheita Feliz eu-sou-portadora-de-esquizofrenia, na doida me-dá-meu-chip-Pedro, no povo desses reality shows que choram e gritam por uma vírgula, enfim, em todas essas pessoas que surtaram em momentos banais, embora eu acredite que o escândalo todo nunca seja por algo banal.
Acredito que seja só a gota d'agua, aquele momento de dizer "não importa que é o culpado, eu quero que todo mundo vá a merda".

O problema é que a maioria das pessoas não sabe que antes de surtar, aquela pessoa aguentou um monte. Não interessa o quê. Foi chifrado, perdeu uma promoção no trabalho só porque o chefe escolheu um amigo, bateu o carro, a casa inundou, está longe das pessoas que ama, o cara que gosta vai se casar, a mãe morreu, WHATEVER!

O momento do surto pode ser qualquer um. Você andando na rua, puto da vida por algum problema, e uma pessoa te esbarra. Pronto, no segundo depois você está no chão aos tapas com uma pessoa qualquer que não tem nada a ver com a sua vida. Você entra em uma lanchonete, o lanche veio errado? Pega o hamburger, esfrega na cara do atendente e diz "EU QUERO O MEU DINHEIRO" e pronto.

Alívio.

Você, que aguentou aquele monte de merda, mas um sanduíche errado você não pode aguentar. A briga não é nem pelo sanduíche em si, que se dane o dinheiro perdido. Simplesmente era a hora de dizer chega. Quando você se entope de raiva e energia e seu único objetivo é fuder todo mundo. Quando você é oficialmente tido como louco. A escória da sociedade.

Tô quase lá.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Juliana

O que eu acho de mais interessante sobre a vida é como os caminhos são traçados. Nossas escolhas, nossas prioridades, nossas futilidades, nossos anseios... tudo se encaixa tão perfeitamente, mesmo que às vezes não pareça se encaixar, que cada vez mais me conveço de que nada é por acaso.

As pessoas que você conhece, as conversas, uma bebida que você escolhe tomar ou não. Um olhar que você recebe que te faz tremer. Um gesto que aparentemente não significa nada, mas que faz o seu dia melhor. Um filme que você assiste e que simplesmente muda tudo o que você pensa sobre relacionamentos e sobre o que você pensava que sabia sobre eles!

Sei que posso ser uma eterna romântica-cheia-de-clichês e brigar comigo todos os dias por ser assim, mas hoje não! Hoje eu simplesmente quero aplaudir de pé todas estas pessoas que se entregam, que esperam sempre mais e que, no fim, ainda se surpreendem. São estas pessoas que me inspiram a ser quem eu sou e como eu sou.

Me magoar? Sim, é inevitável...
Mas quem disse que os que não se magoam são mais felizes?

Eu sou feliz porque dou minha cara a tapa.
Porque não tenho vergonha de dizer, de pensar, de agir...
Porque sou eu mesma, com minhas manias, minhas chatices, minhas expectativas, meus medos, meus defeitos... sou feliz porque posso ser várias Juliana's sem me arrepender de ter sido todas elas, ou nenhuma delas.

Quem não gostar... well, que aperte logo o ctrl+w.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Thank You

(Alanis Morissette)

Que tal eu parar de te culpar por tudo?
Que tal eu aproveitar o momento uma vez na vida?
Que tal eu me sentir bem finalmente perdoando você?
Que tal sofrer por tudo de uma só vez?

Que tal eu deixar de ser masoquista?
Que tal eu lembrar da sua divindade?
Que tal seus olhos chorarem desavergonhadamente?
Que tal parar de associar a morte ao fim?


sábado, 18 de setembro de 2010

Só de sacanagem

É incrível como cada vez mais eu sou obrigada a me questionar se sou eu e o meu jeito de pensar que estão errados ou se é a sociedade mesmo que está cada vez mais perdida e os valores cada dia mais invertidos.

Eu não vou me adaptar.
E só de sacanagem, mais honesta ainda eu vou ser.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Simples assim!

Será que os políticos realmente acreditam que essa poluição audiovisual vai ganhar votos?? Ganha voto quem se preocupa com o bem estar da cidade e das pessoas que vivem nela. Mostrem algum respeito pelos seus eleitores e parem com essa putaria de bandeiras e carros de som!

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Por que tu não tem namorado

Às vezes eu preciso escrever, mas não sei exatamente o quê. Aí leio, pra ver se bate aquela inspiração. Hoje fiz isso, mas ao me deparar com o texto que se segue, vi que minhas palavras são desnecessárias. Extraído do site CarasComoEu


Por que tu não tem namorado


Perguntaram pra mim: "Por que eu não tenho namorado? Algo em mim repele os homens? Sou uma mulher embargada? Há uma placa de 'proibido estacionar' em minhas costas? Me diga!". Olha, eu não sei porque não tem namorado. Honestamente.

Poxa, come batata frita, torta de limão, churrasco e trufa de leite condensado. Ok, a alcunha de magricela, cabo de vassoura ou Olívia Palito nunca lhe serviram, talvez. Urros sobre sua suposta suculência não têm advindo de prédios em construção, quiçá. Quem sabe não fica bem de "tomara-que-caia", tropica no salto agulha, não combina numa minissaia. Mas desbanca a miss Venezuela num vestido primaveril, pisando numa rasteirinha prateada, com o cabelo preso naquele lápis cor-de-rosa, soprando a franja pra cima no calor. Não vai me acreditar, mas tu é bonita.

Tu passa longe de uma Fernanda Young, uma Lya Luft, uma Sandra Werneck. Mas tu é inteligente à sua maneira. Assiste novela, mas não comenta a vida dos personagens. Gosta da Clarice, da Cecília, da Martha. Curte o Tom, a Adriana, o Nando, a Zizi, o Cazuza. Trabalha, suspira, trabalha, checa as unhas, trabalha, sonha, trabalha, belisca uma água-e-sal, trabalha e um colega te olha. E te acha bonita idem. E também se intriga com tua solteirice.

Tem princípios iguais os da mãe. Mas se acha careta, às vezes. Não cede, mesmo só. Adora sexo, embora não faça com a mesma frequência do desejo. Se faz não vibra na mesma frequência que o parceiro. Sente raiva por ser secretamente boba, romântica e demodê. Se derrete mais rápido que o sorvete napolitano na xícara de sopão quando a mocinha diz "você me fez acordar com um sorrisão no meu rosto". Chora na frente de ninguém, ai de ti se mais alguém souber. E você não vê a hora de um príncipe encantado por ti libertar esse riso largo atrofiado, mas sabidamente bonito.

Tem suas esquisitices. Dorme de edredon e ventilador, coleciona esmaltes, cerra as pernas quando sentada e fica coçando o joelho com uma das mãos enquanto a outra segura a cabeça pelo queixo, ensaia dança do ventre pro espelho do banheiro, faz duas vezes antes de pensar, tem uns "nhe-nhe-nhê" de mulherzinha, mas qual não tem? É até bem charmoso. Nada tão relevante quanto sua forma meiga e carinhosa de perguntar "tu tá bem?". Nada mais importante que teu ímpeto de cuidar dos outros. Nada que mude minha convicção de que tu é bonita.

O que te falta? Falta tu mesma se convencer do que te falo com certeza. Tu merece alguém que abra os olhos diariamente e pense: "cara, eu tô com ela, eu sou o namorado dela!". Que goste da tua boca, do teu ombro, do teu cabelo bagunçado, do teu calcanhar, da tua cintura, das tuas mãos, do cheiro da tua pele, das sardas do teu rosto. E isso vai acontecer naturalmente ao você se dar conta de que tu é bonita, no âmago e na lata. Eu acho, teu ginecologista também, o colega de trabalho assina embaixo. Um dia serás o amor da vida de alguém, do jeitinho que tu é. Falta tu. Acorde hoje e repita: "eu sou bonita".

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Question!





















É melhor fazer as coisas acontecerem ou
deixar que elas simplesmente aconteçam?

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Carpe Diem

Andei pensando, dei uma lida nos meus textos, li coisas de outras pessoas e cheguei à conclusão de que minha opinião aqui tem ficado cada vez mais confusa. Estou em dúvida se sou simples demais ou complexa demais. Estou sucumbindo ao pecado da hipocrisia e fazendo exatamente o que eu critico. E assim, acabo me auto-criticando, cada dia mais severamente.

Mas aí, eu nas minhas andanças e correntes de pensamentos, parei pra refletir e me veio uma luz, assim, bem fraca e um pouco tímida, nada de luz no fim do túnel, foi quase um vagalume, bem do meu lado. E foi assim, em meio aos vagalumes, que eu tive a minha melhor constatação dos últimos tempos: eu não sou superficial. Tive vontade de colocar minha cabeça pra fora da janelinha do ônibus e simplesmente gritar isso garganta a fora. Foi um estalo na hora, pois percebi que é isso que venho criticando aqui há tempos mas que até hoje não tinha conseguido resumir em uma só palavra: SU-PER-FI-CI-A-LI-DA-DE.

É isso, é simples. Vamos aos fatos:
Hoje em dia é todo mundo tão superficial que ninguém se mostra mais. Escondem o passado, a família, os amigos, os sentimentos negativos. É uma fuga constante por medo de um conflito que talvez não vá nem existir. Nem o sexo casual, que é uma maneira legal de ser superficial, tem graça mais... porque você simplesmente nunca sabe com quem está transando. Todo mundo só quer a parte boa da relação, não há entrega. E aí nasce aquela relação sem vida, sem nada que a sustente.

As coisas estão tão invertidas que o bonito lema "Carpe Diem" tá sendo interpretado como: "já que a felicidade é efêmera, o importante é eu me dar bem não importa às custas de quem".

Pra mim, a entrega é uma atitude, é acreditar em si e apostar no outro. É disponibilidade. Quem não se dá, provavelmente nada recebe.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Right?

A cada dia que passa eu me apaixono mais pelas relações humanas e tudo que as envolve. E é uma, me desculpem a palavra, puta dialética. Quanto mais me decepciono com certas coisas, mais me sinto envolvida por elas. Não sei como explicar, nem sei se há como explicar, sei que é isso. E isso não precisa ser necessariamente dito ou explicado...

sentir basta.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Dilema

Sonhos X Realidade

Sempre dá empate.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Beleza Americana

"I guess I could be pretty pissed off about what happened to me... but it's hard to stay mad, when there's so much beauty in the world. Sometimes I feel like I'm seeing it all at once, and it's too much, my heart fills up like a balloon that's about to burst... And then I remember to relax, and stop trying to hold on to it, and then it flows through me like rain and I can't feel anything but gratitude for every single moment of my stupid little life... You have no idea what I'm talking about, I'm sure. But don't worry... you will someday. "

"Eu acho que poderia ficar muito puto com o que aconteceu comigo... mas é difícil ficar bravo, quando há tanta beleza no mundo. Às vezes eu sinto como se eu estivesse vendo tudo de uma vez só, e isso é demais, meu coração se enche como um balão que está prestes a estourar... E aí eu me lembro de relaxar, e parar de tentar me agarrar nisso, e então isso flui através de mim como chuva e eu não posso sentir nada senão gratidão por cada momento único da minha vidinha estúpida... Você não tem idéia do que estou falando, eu tenho certeza. Mas não se preocupe... você vai entender um dia."


Simples.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Enjoei














Outro dia, lendo Caio, me deparei com a frase: "Uma pessoa não é um doce que você enjoa, empurra o prato, não quero mais." E fiquei pensando... será mesmo que não é assim?

Se a gente enjoa de tudo na vida, por que não enjoar de pessoas?

Não adianta lutar contra, tudo perde o gosto. O chiclete mascado há horas, a coca cola velha na geladeira, o bolo no prato esperando pra ser comido, o arroz de ontem, aquela pessoa que antes era a melhor companhia e agora virou uma chata. Acontece, não acontece? E não fazemos por mal, às vezes é até instantâneo: "eca, enjoei"!

A verdade é assim como é a vida: nua e crua. Nenhum eufemismo serve. Nenhuma desculpa basta. Somos egoístas, deal with it!!! E não é feio ser egoísta. Se todos nós assumíssemos pelo menos metade do que realmente somos e o que realmente queremos, as coisas seriam mais simples. E lá vou eu, mais uma vez, questionar essa vida barata que levamos... cheia de eufemismos, de desculpas, de ovos a serem pisados. Tenho tentado viver sem isso, sem essa pequenez de espírito. Não é sempre que consigo, mas decidi que tentar é mais importante que conseguir. Muitas pessoas vão se magoar por isso e sei que vou ser magoada também... mas quando todos se acostumarem à sinceridade, à transparência e à opinião própria, as mágoas vão deixando aos poucos de existir, dando lugar a relações mais duradouras e sólidas.

Ou não... quem garante? Eu sigo assim. Quem quiser que me acompanhe.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Paixão


















Eu gosto muito de escrever. Mas gosto particularmente e especialmente quando estou emotiva. Hoje é um dia desses. Não sei por quê ou de onde vem esse sentimento estranho que me deixa meio leve, meio sonhadora, meio boba mesmo. Choro vendo os trailers de filmes que já vi. Me deixo levar por músicas e pelas suas melodias... me sinto capaz. Não sei, mas acho que me sinto mais viva. Com coração, com corpo, com lágrima e com doçura.

Parece coisa de gente apaixonada, mas não é. Aliás, é sim! Eu sou totalmente apaixonada pela vida.

Pelas pessoas e pela complexidade delas. Por mim e pelos meus defeitos. Pelos olhares sinceros e sorrisos escancarados. Pelas crianças inocentes e pelos idosos experientes. Sou completamente apaixonada pelas coisas pequenas da vida. Pelos meus amigos, pela minha família, pelo meu filhote lindo...

Isso é o que nos move. Paixão. Não importa pelo quê: pessoas, trabalho, carreira, futebol, animais, livros... o importante é se apaixonar. Por tudo, por nada, todos os dias...

domingo, 25 de julho de 2010

Ser

Esses dias estive pensando muito sobre o peso da existência, sobre a morte, sobre a vida... sobre todas essas coisas que nos cercam completamente mas nunca paramos para vê-las e refletir sobre elas. Pois bem, não sei exatamente o por quê, mas estive pensando...

Estive pensando em como somos breves. Em tudo. Raramente nos aprofundamos em algo, raramente nos mostramos por inteiro, raramente assumimos nossas verdadeiras vontades e desejos e acabamos por viver assim, uma vida breve, sendo vivida brevemente. Escola, faculdade, emprego, casamento, filhos, netos, limitações... Gastamos o nosso (curto) tempo nos polindo, nos limitando e, pior, achando que é isso mesmo que devemos fazer. Não é. Sei que posso negar aqui anos de existência, mas, sinceramente, não acredito que o homem viva da forma como deveria.

Posso parecer hipócrita dizendo isso, já que sou dessa espécie e também vivo assim, mas não é bem hipocrisia. É vontade de mudança... que não consegue sair do papel. Não sei o quê fazer ou como fazer ou com quem fazer. Sei que algo deve ser feito. E acho que o primeiro passo a ser dado é esse, o resto vem com o tempo...vem a partir das atitudes que escolho tomar, das pessoas que escolho ouvir, dos valores que transmito e acredito. E eu acredito muito na transparência, nos sentimentos, na "insustentável leveza do ser" (Kundera, 1984).

terça-feira, 13 de julho de 2010

Top 5

Ser humano:

1) Criatura que sempre acaba dominada pela fraqueza, em grande ou pequena intensidade.

2) Necessita da convivência com o outro e possui uma filosofia muito frágil. Mesmo assim está sempre destruindo seu semelhante e/ou se submetendo a um processo de auto-destruição.

3) Poucos conseguem alcançar o total auto-conhecimento, apesar de todos serem dotados de capacidade para tal. Além de serem dotados de capacidade para chegar a auto-consciência, que também quase nunca é alcançada.

4) Frequentemente realiza estudos sobre ele mesmo, mas raramente chega à conclusões precisas.

5) Parcial, fraco, imperfeito e, mesmo assim, adorável.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Feliz Ano Velho




"Meu futuro é uma quantidade infinita de incertezas. Não sei como vou estar fisicamente, não sei como irei ganhar a vida e não estou a fim de passar nenhuma lição. Não quero que as pessoas me encarem como um rapaz que apesar de tudo passa muita força. Não sou modelo para nada. Não sou herói, sou apenas uma vítima do destino, dentre milhões de destinos que nós não escolhemos. Aconteceu comigo. Injustamente, mas aconteceu. É foda, mas que jeito..."

(Feliz Ano Velho, de Marcelo Rubens Paiva)

domingo, 11 de julho de 2010

Minhocas

Ontem à noite tive que me segurar pra não vir escrever meus desabafos baratos aqui. Primeiro, porque eu não gosto de desabafos. Segundo, porque eu prezo o bom português e ontem seria impossível pensar em qualquer tipo de coesão textual.
O engraçado é que ontem minha cabeça estava cheia de idéias, pensamentos, músicas, opiniões, poesias, etc. mas hoje de manhã, quando acordei, não me lembrei de nada. Não sei sequer o que me fez ficar assim, tão cheia de minhocas na cabeça.

Dormir faz bem.

domingo, 4 de julho de 2010

OIQ?



Tenho uma grande dúvida:
Eu não sei lidar com as pessoas
ou as pessoas é que não sabem lidar comigo?

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Ele não está tão afim de você

As mulheres têm essa estranha mania de achar que simples atos vindos de uma certa pessoa possam ser um sinal. Ele disse isso quando eu liguei. Ele me mandou uma mensagem. Ele me olhou daquele jeito. Ele tá afim de mim, eu tenho certeza.
Ok. Pode ser que ele esteja, mas na imensa maioria das vezes não, ele não está tão afim de você assim. Talvez ele tenha dito aquilo no telefone por educação. Talvez ele tenha mandado uma mensagem porque não podia telefonar. Talvez ele tenha te olhado daquele jeito simplesmente porque estava bêbado.
Vamos parar de achar coisas que não existem onde queremos que existam. Vamos lidar com isso naturalmente, vamos parar com os joguinhos. Se um cara quiser alguma coisa com você, ele vai correr atrás, ele vai te procurar. É simples! E se você quiser alguma coisa com o cara, qual o problema de deixar isso à mostra? Vamos simplicar mais, complicar menos.
Vamos esperar menos do outro e fazer a nossa parte, sem exigir demais, sem cobrar o que não nos devem. Rasgue suas notas promissórias, não dê mais cheque sem fundo e saia do negativo no banco.

E se quiser investir, invista em você...

terça-feira, 29 de junho de 2010

Morfina




Não sei exatamente o quê tem me impedido de escrever aqui, se é a falta de inspiração, falta de vontade ou a falta de tempo. Mas sinto que tenho que voltar. Sinto que minha cabeça não vem funcionando normalmente como sempre funcionou. Sinto que meu corpo vem tentando me dizer que não está funcinando mais como sempre funcionou. Aí o que me resta nessas horas é só escrever, porque as palavras sempre funcionam.

Sinto de algum modo que venho me transformando em uma pessoa anestesiada. Com dores na cabeça, nós na garganta, apertos no peito... mas que na verdade não sente nada disso acontecendo. Tipo tomar morfina, manja? Você olha atentamente, vê os ponteiros do relógio distante baterem em uma velocidade mais que lenta, as pessoas falam e você não consegue compreender nem uma palavra sequer, o tempo não passa, você não sente, não pode fazer nada, mas ainda continua acordado. (Sim, eu já tomei morfina).

Marco encontros e não vou. Desmarco encontros e apareço. Telefono pra pessoas que não conheço cobrando coisas que não entendo. Envio e-mails pra pessoas sem acesso à internet. Ouço sim, ouço não. Sinto que estou existindo mas não sinto que estou vivendo.

Acho que tenho uma concepção errada sobre viver. Tenho guardada em mim essa sede de adrenalina, sede de medo, sede de uma emoção que nunca chega. Tenho saudades do que não vivi. Tenho vontade de conhecer coisas, pessoas, lugares. Tenho vontade de subir em um navio e me entregar ao oceano, mas tenho medo da minha âncora ser pesada demais. Tenho vontade de me permitir algo profundo, mas tenho medo de pular e não dar pé.

E eu sou tão rasa.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Dia das crianças

Texto originalmente escrito dia 12 de outubro de 2009.

E quem disse que eu não posso ser uma também?
Qua saudade de acordar nesse dia tão mágico e achar presentes na beirada da minha cama. Os presentes nada tinham de especiais, eram sempre pequenas lembrancinhas, mas que me faziam imensamente feliz. Engraçado como é o tempo. Naquela época eu ficava feliz com coisas tão banais, tão simples e tão singelas. Parece que quanto mais o tempo vai passando, mais vai se tornando dificil ficar feliz.
As preocupações aumentam, os problemas, as lamúrias... tudo fica maior e quase não sobra espaço pra ser, de fato, feliz. E a gente entra num ciclo tão vicioso e tão cômodo que nem percebe! O nome desse ciclo é rotina, e acho que é por isso que a infância é tão sublime pra mim. Porque ser criança significa não ter rotina. Significa ser sensível, ser observador, ser aberto. Significa ter o desconhecido na palma das mãos.
E como eu gosto de tudo que é desconhecido, misterioso, distante...
O segredo está em sim, continuar com a nossa rotina diária, mas tratar de impedir a rotina de pensamentos, de sonhos, de idéias.

Meu nome é Juliana e minhas concepções mudam de hora em hora. Quero voltar a ser criança. Vamos procurar tatu-bolinha comigo?

Ciências humanas

Ignorando o fato de que até a matemática tem variáveis, estão agora pedindo pra eu ter exatidão nos sentimentos. Tudo bem, então. Tome nota aí: meu sentimento nada é senão uma bela de uma incógnita, que somente será resolvida por meio de uma equação.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Língua Portuguesa













Palavras são atos?
Ou atos são palavras?

Falar
Fazer
Falar
Fazer

Tem diferença?

É por isso que eu escrevo. Pra não deixar dúvidas.

"Intenção sem ação é ilusão"

Ela e suas falsas juras,
Suas promessas etílicas,
Seus beijos de areia.
Tudo pó, tudo puff
Como show de ilusionismo.

domingo, 4 de abril de 2010

(sobre)viver


Ela é mais que um sorriso tímido de canto de boca (…)
Ela é a sensibilidade de alguém que não entende o que veio fazer nessa vida, mas vive.
(Caio F. Abreu)



Quem entende o que veio fazer aqui? Acho que ninguém... o que difere as pessoas é exatamente isso, o fato de mesmo sem saber o porquê ou a razão de sua existência, vivem. E viver não é apenas exisitir... é viver!

Você vive?

segunda-feira, 22 de março de 2010

#musicmonday

Move On
Jet

Well, I've been thinkin’ ’bout the future,
I'm too young to pretend
It’s such a waste,
to always look behind you
You should be lookin’ straight ahead

Yeah I’m gonna have to move on,
before we meet again
Yeah it’s hard
If you had only seen

Ten thirty-four, Flinders Street Station,
I’m lookin’ down the tracks
A uniform man,
askin’ how-I’m-a-pay-it-all.
Why would I wanna be there

Yeah I'm gonna have to move on,
before we meet again
Yeah it’s hard
If you had only seen
Take control,
and don't be afraid of me

Every once in a while,
you think about if you're gonna,
get yourself together
You should be happy just to be alive
And just because,
you just don’t feel like, coming home,
don’t mean that you'll never arrive

Yeah, I’m gonna have to move on,
before we meet again
Yeah it’s hard
If you had only seen.
Take control,
don’t be afraid of me




quinta-feira, 11 de março de 2010

Pseudo-loucura-crônica

Me perguntaram outro dia por que parei de escrever aqui. Fiquei pensando e não consegui achar nenhuma razão óbvia. Achei algumas, mas nenhuma foi convincente pra mim mesma.

E agora que sentei aqui pra tentar escrever algo que entendi porque fiquei tanto tempo off: simplesmente não tenho o que escrever! Parece que meus dias têm passado tão rápido, tanta coisa pra pensar e pra processar, que não sobra um tempo pro cérebro descansar e surgir aquela famosa inspiração!

Mas inspiração pra que? Pra escrever coisas bonitas, polidas, politicamente corretas? Eu não! O que se passa aqui dentro é tão complexo, tão indescritível, que as palavras se tornam inúteis... se tornam pequenas demais pra tanto sentimento junto e misturado.

E como eu adoro ser complexa!
Adoro seres complexos e confusos.

Odeio tudo que é óbvio ou fácil demais... odeio qualquer tipo de normalidade e às vezes me assusto com o quão normal e ordinária eu sou. Ordinária no sentido de não ser extraordinária... e aí paro e penso: "Me assustar por ser normal já é um tipo de anomalia... "
E então volto a gostar de mim e da minha pseudo-loucura-crônica...