sexta-feira, 27 de março de 2009

QUESTÃO EXISTENCIAL:

Existe o doce sem o sal?

quinta-feira, 19 de março de 2009

UM ANO E DEZ MESES

O João me disse que hoje, por conta do nosso aniversário de namoro, procurou na internet algo que tivesse sido feito no período de 1 ano e 10 meses e não conseguiu encontrar nada. "Deve ser porque é pouco tempo..." ele justificou.

Terei que discordar.

Pra começar, várias coisas podem ser criadas em um período de 22 meses. O broto do feijão no algodão demora apenas dois dias pra nascer. Uma viagem de férias dura geralmente um mês, e ainda assim é muito gratificante. Uma vida fica pronta para nascer depois de apenas 9 meses. Conseguimos completar uma série na escola com apenas um ano. Com um ano e meio uma criança já anda e fala.

1 ano e 10 meses é muito tempo, meu amor. Foi durante esse tempo que nos conhecemos, nos respeitamos, nos amamos. Foi nesse "pouco" tempo que aprendemos várias coisas juntos, que tivemos um filho, que superamos nossas expectativas. Foi assim e com este tempo que nos foi dado que nos tornamos o que somos hoje. É claro que comparado ao tempo que ainda nos resta, bem, 1 ano e 10 meses são realmente um curto prazo. Mas não diz que é pouco. Porque é muito!

1 ano e 10 meses são 22 meses.
22 meses são 88 semanas.
88 semanas são 616 dias.
616 dias são 14784 horas.
14784 horas são 887040 minutos.
887040 minutos são 53222400 segundos.
53222400 segundos é tempo de sobra.

Eu fico feliz de ter passado esse monte de segundos ao seu lado! E lembre-se que o que você não achou no Google procurando "coisas feitas em 1 ano e 10 meses" estava bem na sua frente: NÓS!!

segunda-feira, 2 de março de 2009

INFINITO PARTICULAR

São nas idas/voltas da faculdade que tenho um tempinho pra relaxar a cabeça e pensar. Vou e volto ouvindo meu mp3 e, às vezes, só pra passar o tempo, fico analisando as letras das músicas que tocam aleatoriamente. Geralmente eu nunca consigo analisar nada e o tempo não passa. Mas outro dia, quando tocava "Los Hermanos - Retrato pra Iaiá" me peguei balançando a cabeça e discordando de Camelo e Amarante. Me desculpem, meus queridos, mas qual é a graça de ter uma "moldura clara e simples e ser só aquilo o que se vê"? Cadê o mistério? Não vejo nenhuma vantagem em ser assim, tão fácil de ser decifrada. E, cá pra nós, nenhum ser humano é tão claro e tão simples assim - ainda bem!

Acaso ou não, logo depois de Los Hermanos veio a linda Marisa Monte, com "Infinito Particular". Acho inteligentíssima a maneira como ela consegue se colocar transparente, imperfeita e até mesmo fácil de ser lida e ainda assim pedir, gentilmente, pra que a gente não se perca no seu infinito particular. É exatamente isso que somos. Vários pedaços simples que formam uma obra de alta complexidade.

A questão não é ser (ou não) transparente e claro. A questão é que nenhuma personalidade (que se preze) possa caber num retrato-falado. Há sempre mais e mais a ser descoberto, pelos outros e por nós mesmos. Quem aí nunca se surpreendeu ao descobrir ser mais tímido que extrovertido? Ao sempre dizer que não se emociona fácil e chorar naquele filme?

Ninguém, nunca, consegue se mostrar por inteiro. Mas isso também não quer dizer que somos mascarados ou que nos escondemos. Continuando com Marisa, "é só mistério, não tem segredo". E lembrem-se que a transparência não é um defeito, só não pode ser confundida com a falta de conteúdo.