terça-feira, 29 de junho de 2010

Morfina




Não sei exatamente o quê tem me impedido de escrever aqui, se é a falta de inspiração, falta de vontade ou a falta de tempo. Mas sinto que tenho que voltar. Sinto que minha cabeça não vem funcionando normalmente como sempre funcionou. Sinto que meu corpo vem tentando me dizer que não está funcinando mais como sempre funcionou. Aí o que me resta nessas horas é só escrever, porque as palavras sempre funcionam.

Sinto de algum modo que venho me transformando em uma pessoa anestesiada. Com dores na cabeça, nós na garganta, apertos no peito... mas que na verdade não sente nada disso acontecendo. Tipo tomar morfina, manja? Você olha atentamente, vê os ponteiros do relógio distante baterem em uma velocidade mais que lenta, as pessoas falam e você não consegue compreender nem uma palavra sequer, o tempo não passa, você não sente, não pode fazer nada, mas ainda continua acordado. (Sim, eu já tomei morfina).

Marco encontros e não vou. Desmarco encontros e apareço. Telefono pra pessoas que não conheço cobrando coisas que não entendo. Envio e-mails pra pessoas sem acesso à internet. Ouço sim, ouço não. Sinto que estou existindo mas não sinto que estou vivendo.

Acho que tenho uma concepção errada sobre viver. Tenho guardada em mim essa sede de adrenalina, sede de medo, sede de uma emoção que nunca chega. Tenho saudades do que não vivi. Tenho vontade de conhecer coisas, pessoas, lugares. Tenho vontade de subir em um navio e me entregar ao oceano, mas tenho medo da minha âncora ser pesada demais. Tenho vontade de me permitir algo profundo, mas tenho medo de pular e não dar pé.

E eu sou tão rasa.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Dia das crianças

Texto originalmente escrito dia 12 de outubro de 2009.

E quem disse que eu não posso ser uma também?
Qua saudade de acordar nesse dia tão mágico e achar presentes na beirada da minha cama. Os presentes nada tinham de especiais, eram sempre pequenas lembrancinhas, mas que me faziam imensamente feliz. Engraçado como é o tempo. Naquela época eu ficava feliz com coisas tão banais, tão simples e tão singelas. Parece que quanto mais o tempo vai passando, mais vai se tornando dificil ficar feliz.
As preocupações aumentam, os problemas, as lamúrias... tudo fica maior e quase não sobra espaço pra ser, de fato, feliz. E a gente entra num ciclo tão vicioso e tão cômodo que nem percebe! O nome desse ciclo é rotina, e acho que é por isso que a infância é tão sublime pra mim. Porque ser criança significa não ter rotina. Significa ser sensível, ser observador, ser aberto. Significa ter o desconhecido na palma das mãos.
E como eu gosto de tudo que é desconhecido, misterioso, distante...
O segredo está em sim, continuar com a nossa rotina diária, mas tratar de impedir a rotina de pensamentos, de sonhos, de idéias.

Meu nome é Juliana e minhas concepções mudam de hora em hora. Quero voltar a ser criança. Vamos procurar tatu-bolinha comigo?

Ciências humanas

Ignorando o fato de que até a matemática tem variáveis, estão agora pedindo pra eu ter exatidão nos sentimentos. Tudo bem, então. Tome nota aí: meu sentimento nada é senão uma bela de uma incógnita, que somente será resolvida por meio de uma equação.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Língua Portuguesa













Palavras são atos?
Ou atos são palavras?

Falar
Fazer
Falar
Fazer

Tem diferença?

É por isso que eu escrevo. Pra não deixar dúvidas.

"Intenção sem ação é ilusão"

Ela e suas falsas juras,
Suas promessas etílicas,
Seus beijos de areia.
Tudo pó, tudo puff
Como show de ilusionismo.