segunda-feira, 2 de junho de 2008

NÓS SOMOS AREIA

Sempre acreditei que o mundo dá voltas. Não só em torno do Sol, não. O mundo gira, e ele não pára pra gente descer caso nosso estômago embrulhe nem volta pra estrada certa quando pegamos aquele atalho errado. O mundo não se preocupa se você vai rir ou chorar, se você vai aprender ou continuar errando, se você vai ficar de queixo caído ou de cabeça doendo. O mundo apenas segue seu caminho, girando em torno do Sol e girando em torno de si mesmo. Nos 365 dias que ele gasta para completar sua volta, presenciamos a mudança das estações. Do verão pro outono, do outono pro inverno, do inverno pra primavera e da primavera pro verão. Há meses em que as árvores têm flores e a temperatura é quente. Há meses em que as árvores secam e a temperatura cai. No decorrer desses longos 365 dias, o mundo nunca se esquece de girar em torno de si próprio e não abre mão de seu satélite, a Lua, sempre lhe rodeando. A Lua tem suas fases, mas é ela a responsável pela luz quando o medo e as noites escuras chegam. Como é possível que esse universo inteiro, com um funcionamento tão impecável, tenha surgido apenas de poeira estelar? Será que usaram a mesma fórmula para gerar a vida, que assim como o mundo também dá voltas e também passa por verões e invernos, dias e noites? Será que todos nós, além de carne e osso, somos também poeira estelar? Acho que não temos sequer areia sob os nossos pés. Nós somos areia.

"O mundo é um milagre tão fantástico que, diante dele, a gente não sabe se ri ou se chora. Talvez as duas coisas ao mesmo tempo, o que não é nada fácil." (Jostein Gaarder, O Dia do Curinga)

Nenhum comentário: