sábado, 19 de abril de 2008

O EQUILIBRISTA


Picadeiro, redes de proteção, escada, corda, eu. O objetivo é chegar à outra plataforma. Logo eu que sou tão impulsiva e tão ansiosa tô correndo esse risco, tô me aventurando.

É tão emocionante estar no meio desse caminho agora. Sentir as pernas e o corpo todo tremerem a cada passo. Fazer pausas para respirar e recuperar o equilíbrio nos momentos de desespero. Sentir vontade de sorrir e chorar ao mesmo tempo. Parar de ouvir a voz arrogante da razão e deixar que o coração me guie, ouvindo sua doce voz me dizendo que eu vou conseguir.

Serei mais forte a cada passo dado, me superando sempre que possível. Sei que a queda não será fatal. Caso aconteça, as redes de proteção estão lá, eu até as enxergaria se pudesse olhar para baixo. Poderia ver também os olhos aflitos dos que me amam, ou os olhos maldosos dos que torcem para que eu me desequilibre. Poderia até escutar a voz de todos eles se quisesse, mas na verdade não quero.

Meu único objetivo agora é chegar ao outro lado. Meus olhos, ouvidos e coração estão lá. Minha atenção está toda voltada pra isso e nada mais me importa ao meu redor. Se serei vaiada ou aplaudida ao final do espetáculo, não sei e nem quero saber. O que me conforta é que poderei gritar em alto e bom som que eu tentei, que fiz o meu máximo.

Alcançar um objetivo é importante. Mas muito mais importante - e prazeroso - é o que aprendo no decorrer do caminho que leva à ele.

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