sexta-feira, 18 de abril de 2008

SIM OU NÃO?

Ele abre a porta, acende a luz. Ela entra.
- Pode ficar numa boa, não tem ninguém em casa.
Ela se senta tímida no sofá, acaba por abraçar uma almofada.
- Quer tomar alguma coisa? - pergunta ele, sentando-se ao lado dela.
- Ainda não, obrigada.
Ele estica o braço pelo encosto do sofá, devagar, por trás do pescoço dela. Chegando mais perto...
- A noite hoje é só nossa. - diz, ao pé do ouvido.
Ela sente o coração disparar no peito. Sente uma vontade de gritar: "NÃO". Quer ir embora, fugir dali. Respira fundo. Fica com raiva de si mesma. "O que eu sou, afinal? Uma menina infantil e boba? Fui eu quem quis vir!"
- Acho que quero tomar algo, sim. - diz, tentando espantar a ansiedade.
- Tá, peraí...
Ele vai até a cozinha, ela o acompanha com os olhos. Afunda-se cada vez mais no sofá.
- Toma! - ele lhe estende o copo com suco.
Ela toma um gole. Ele então se esparrama no sofá e respira fundo. Estaria ele também nervoso? Ela coloca o copo sobre a mesinha.
- Desculpa, acho que tô meio nervosa...
- Tudo bem...
E agora é ela quem chega mais perto. Apóia a cabeça nos ombros dele. Ele a abraça acariciando os cabelos. Com a outra mão, segura o rosto dela e a beija na boca. É bom estar em seus braços. Ele a puxa para o colo e a envolve ainda mais. Aperta-lhe os seios. Ela sente um frio na barriga, segura-lhe a mão. Os dois se olham. Ele, então, toca-lhe a barriga, segura a ponta da blusa e vai levantando devagarinho, sempre olhando nos olhos dela como quem diz: "Posso?". Ela ajuda levantando os braços, deixando a blusa deslizar. Ele encosta a cabeça no peito dela, deslizando o rosto pelo sutiã. Abraça-a, e o desabotoa por trás. Beija com carinho os seios dela. Deita-a no sofá e vai descendo, beijando-lhe a barriga. Ela está estática. Medo, nervoso, timidez? Tudo isso misturado a uma sensação de prazer. Ela acaricia-lhe os cabelos. Ele a olha de novo, põe a mão no botão da calça e vai descendo o zíper; puxa a calça dela com cuidado. Ela agora está só de calcinha. Ele se levanta e tira a própria blusa, prepara-se para tirar a calça. Ela olha pro corpo a sua frente, examina seu próprio corpo deitado no sofá. Um misto de sim e não a invade. Posso? Devo? Quero? Ela se senta, então. Agora é ele quem pára. Ela se abaixa, pega sua calça no chão e a traz para perto do corpo, como se estivesse querendo se cobrir. Olha nos olhos dele. Estaria tudo acabado? Ele fica confuso, até que ela estende a mão e do meio dos seus dedos surge uma camisinha. Ele a olha, e termina de tirar a própria roupa. Ela joga as delas novamente no chão, aliviada por ter criado tamanha coragem, sentindo-se agora mulher.

Um comentário:

Guimarães Silva disse...

Parece que o mundo tá florescendo de bons escritores - juro que lendo-a eu cheguei a me sentir como uma virgem de 15 anos... Enfim, parabéns.
Eu sou Rafael, primo da Bruna Gil e vendo seu comentário no blog dela fiquei curioso - felizmente. Beijos.